Região enfrenta aumento constante na imigração irregular e lida com recordes históricos de desembarques.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
As Ilhas Canárias, território espanhol localizado na costa atlântica do noroeste da África, continuam sendo um dos principais destinos de migrantes que buscam alcançar a Europa por vias irregulares. Na terça-feira (21), mais de 400 pessoas chegaram ao arquipélago, conforme relatado pela Cruz Vermelha Espanhola e autoridades locais.
Entre os novos desembarques, a guarda costeira espanhola rebocou uma embarcação de madeira até o porto de Arguineguin, em Gran Canaria.
O barco transportava 67 homens, duas mulheres e uma criança, sendo acolhido no local já durante a noite.
Além disso, a ilha de El Hierro, uma das menores do arquipélago, foi o destino de outros cinco barcos, que juntos transportaram pelo menos 350 migrantes. A Cruz Vermelha Espanhola acompanhou as operações e ajudou a prestar assistência às pessoas que chegaram em condições precárias após a travessia.
O aumento no número de migrantes tem colocado pressão sobre as autoridades locais e os serviços de assistência. O fluxo migratório para as Ilhas Canárias tem origem principalmente em países como Mali, Senegal e Marrocos, onde conflitos, instabilidade econômica e condições climáticas adversas impulsionam as pessoas a buscar melhores condições de vida em território europeu.
Crescimento expressivo nos últimos anos
O arquipélago enfrentou um aumento histórico na chegada de migrantes em 2024, com um total de 46.843 pessoas alcançando suas costas.
Esse número representou 73% de toda a imigração irregular registrada na Espanha ao longo do ano, segundo dados do Ministério do Interior. Essa tendência marcou o segundo ano consecutivo de recordes na região, que se tornou uma das principais rotas migratórias para a Europa.
Já em 2025, o fluxo permanece significativo. Até o momento, 3.223 migrantes chegaram às Ilhas Canárias neste início de ano. Esse volume, registrado nos primeiros dias de janeiro, destaca a continuidade de um cenário desafiador tanto para os governos locais quanto para os órgãos humanitários que atuam na região.
Desafios para o futuro
Composta por sete ilhas, as Ilhas Canárias enfrentam limitações em sua infraestrutura para lidar com o número crescente de pessoas que chegam ao arquipélago.
A necessidade de reforçar os serviços de acolhimento e promover soluções a longo prazo é uma questão frequentemente debatida pelas autoridades espanholas e pela União Europeia.
Enquanto isso, as comunidades locais tentam equilibrar a solidariedade com as dificuldades de absorver a alta demanda por recursos e assistência. A situação reflete um desafio humanitário global, onde crises nos países de origem e o desejo por melhores oportunidades continuam a impulsionar milhares de pessoas em busca de um futuro mais promissor.
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