
Visita de González à Argentina fortalece aliança regional contra o regime de Maduro.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
O presidente da Argentina, Javier Milei, reafirmou seu apoio à oposição venezuelana ao receber Edmundo González Urrutia, reconhecido por diversos países ocidentais como o presidente legítimo da Venezuela. O encontro ocorreu na Casa Rosada neste sábado, 4 de janeiro, com Milei declarando publicamente González como “o legítimo presidente” da Venezuela diante de uma multidão entusiasmada.
Na Praça de Maio, centenas de venezuelanos, muitos deles refugiados, aplaudiram González e exibiram cartazes em apoio tanto a ele quanto a María Corina Machado, uma das principais líderes da oposição venezuelana, atualmente em local desconhecido por questões de segurança.
A visita de González à Argentina marca o início de uma viagem estratégica pela América Latina, destinada a consolidar o respaldo de governos regionais em meio à crescente repressão do regime de Nicolás Maduro.
O ditador venezuelano, que se prepara para assumir um novo mandato na próxima sexta-feira, 10 de janeiro, após uma eleição amplamente contestada por fraudes, busca reformar a Constituição para solidificar seu poder.
Itinerário diplomático
Após a passagem por Buenos Aires, González seguirá para Montevidéu, onde será recebido pelo presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou. A agenda inclui ainda encontros no Panamá, na República Dominicana e nos Estados Unidos, com o objetivo de fortalecer a legitimidade da oposição venezuelana e expor as irregularidades do regime de Maduro.
Embora governos como os da Argentina e do Uruguai demonstrem apoio a González, outras nações adotam uma postura mais cautelosa. O presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, já indicou uma abordagem mais moderada em relação à crise venezuelana, refletindo a divisão interna.
Brasil e o silêncio de Lula
Enquanto isso, o governo brasileiro de Luiz Inácio Lula da Silva continua a evitar críticas contundentes ao regime de Maduro.
Desde que reatou relações diplomáticas com a Venezuela em 2023, Lula tem adotado uma postura ambígua, não condenando publicamente as fraudes eleitorais e as violações de direitos humanos perpetradas pelo regime chavista.
Apesar de não ter sido convidado formalmente para a posse de Maduro, o Brasil deverá ser representado pela embaixadora Glivânia de Oliveira, caso o convite seja oficializado. A falta de condenação por parte de Lula é vista como uma tentativa de minimizar a crise venezuelana, com o presidente referindo-se ao governo de Maduro como “mais um rolo”.
Desafios internacionais
A pressão internacional sobre Maduro se intensificou após os Estados Unidos e diversos países europeus reconhecerem González como o presidente legítimo da Venezuela.
Exilado na Espanha desde setembro, González continua a denunciar as irregularidades das eleições de 28 de julho de 2024, nas quais a oposição afirma ter conquistado 67% dos votos com base em atas eleitorais que o regime se recusa a divulgar.
Apesar dos pedidos de recontagem e maior transparência, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, controlado por Maduro, encerrou os casos que contestavam os resultados oficiais, ignorando as demandas por justiça e democracia.
A resistência de líderes como Milei e Lacalle Pou, aliados a González, evidencia uma batalha diplomática crucial para o futuro da Venezuela, em um cenário de crescente repressão e autoritarismo.
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