
Amanda da Silva Barros, 30, sofreu uma parada cardiorrespiratória durante a aplicação de balão intragástrico; o caso está sendo investigado pela polícia.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Na manhã desta quinta-feira (09), a jovem Amanda da Silva Barros, de 30 anos, morreu durante um procedimento estético na Clínica Endoscorpus, localizada no Centro de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Amanda sofreu uma parada cardiorrespiratória enquanto realizava a aplicação de um balão intragástrico, procedimento minimamente invasivo usado no tratamento para perda de peso.
O caso gerou comoção e revolta entre familiares e amigos da vítima, que questionam a conduta da clínica e a falta de informações sobre as complicações enfrentadas por Amanda.
Família denuncia negligência
De acordo com o marido de Amanda, que não quis se identificar, a jovem estava saudável e apresentou bons sinais ao dar entrada na clínica. A família, porém, foi informada da situação apenas após o falecimento.
“Ela entrou bem e vai sair num rabecão. Eles nem levaram ela para um hospital, chamaram o Samu e não avisaram nada para a gente. Na minha cabeça, é como se eu tivesse feito um pix de quase dez mil reais para matarem minha mulher”, desabafou o marido, que estava com Amanda há 15 anos.
Polícia investiga as causas da morte
O local foi isolado por policiais do 7º BPM (São Gonçalo) logo após o incidente. A investigação está sendo conduzida pela 72ª DP, que já ouviu a médica responsável pelo procedimento. O corpo de Amanda foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, onde passará por exames que devem determinar a causa da morte.
Nota oficial da clínica
A Clínica Endoscorpus emitiu uma nota lamentando o ocorrido e afirmando colaborar com as investigações. A unidade informou que está prestando apoio à família e reafirmou seu compromisso com a segurança de seus pacientes.
“A Clínica Endoscorpus reitera seu compromisso com a ética, a segurança e o bem-estar de todos os seus pacientes. A clínica está colaborando com as autoridades competentes e aguarda que a apuração dos fatos seja concluída de forma justa e transparente.”
Impacto familiar e social
Moradora do bairro Rio do Ouro, Amanda deixa três filhas pequenas, que agora terão que lidar com a perda precoce da mãe. A tragédia levantou questões sobre a segurança em clínicas estéticas e os riscos envolvidos em procedimentos minimamente invasivos.
“Minha mãe não volta mais”, disse uma das filhas de Amanda, emocionando os presentes.
Segurança em clínicas estéticas sob questionamento
O procedimento de aplicação do balão intragástrico é amplamente utilizado como um método para perda de peso. Apesar de ser considerado seguro, ele não está isento de complicações, especialmente se não forem seguidas as normas rigorosas de segurança e avaliação médica.
O caso de Amanda reacende o debate sobre a regulamentação e fiscalização de clínicas estéticas no Brasil, onde muitas vezes a busca por soluções rápidas para problemas de saúde pode levar a consequências graves.
A tragédia deixa não apenas uma família devastada, mas também um alerta para pacientes e autoridades sobre os perigos de procedimentos realizados sem a devida supervisão. Enquanto a investigação continua, a sociedade exige respostas sobre o que realmente ocorreu naquela manhã.
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