Primeiro caso de febre amarela de 2025 em São Paulo mobiliza autoridades e reforça vacinação no estado

Busca ativa na zona rural de Socorro visa identificar focos do vírus; população é alertada sobre a importância da imunização.

Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

As autoridades de saúde de São Paulo confirmaram nesta terça-feira (14) o primeiro caso de febre amarela em humanos no estado em 2025. O paciente, um homem de 27 anos que reside na capital paulista e não possui histórico de vacinação contra a doença, foi infectado durante uma visita à zona rural de Socorro (SP), entre os dias 28 e 30 de dezembro. Ele permanece internado sob cuidados médicos, conforme a última atualização das autoridades.

Diante da confirmação, a prefeitura de Socorro, com apoio do governo estadual, iniciou uma operação de “busca ativa” no bairro do Oratório, local onde o homem esteve hospedado. O objetivo é monitorar mosquitos potencialmente contaminados e identificar possíveis novos focos da doença, tanto em humanos quanto em primatas não humanos (macacos).

Mortes de macacos reforçam alerta

Além do caso humano, foi constatada a morte de um macaco infectado por febre amarela na mesma área. O animal, encontrado em uma propriedade rural, foi levado para análise veterinária, mas não resistiu. Amostras foram enviadas para institutos especializados, que confirmaram o diagnóstico.

Apesar do impacto emocional causado pelas mortes de macacos, especialistas ressaltam que esses animais não transmitem a doença. Eles são vítimas da febre amarela e atuam como sentinelas, ajudando a identificar a circulação do vírus em áreas específicas. A transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados, como os gêneros Haemagogus em áreas rurais e Aedes aegypti em áreas urbanas.

Busca ativa e reforço da vacinação

A busca ativa, conduzida pela Secretaria Estadual de Saúde em parceria com a prefeitura, inclui a coleta e análise de mosquitos na região afetada. Esse trabalho é essencial para entender a extensão da circulação viral e tomar medidas preventivas eficazes.

Simultaneamente, o governo estadual reforçou a vacinação contra a febre amarela em 18 cidades da região de Campinas, incluindo Socorro, Pinhalzinho e Águas de Lindóia. Mais de 75 mil doses foram disponibilizadas para imunizar a população local.

“A vacina é a única forma eficaz de prevenir a febre amarela. É crucial que pessoas que planejam visitar áreas de mata ou realizar atividades como trilhas e acampamentos estejam imunizadas com antecedência”, destacou o governo em nota oficial.

Recomendações de vacinação

Desde 2020, o Ministério da Saúde recomenda:

Crianças menores de 5 anos: Duas doses (aos 9 meses e aos 4 anos).
Pessoas a partir de 5 anos: Dose única.

Para esclarecer dúvidas, o governo de São Paulo lançou o portal Vacina 100 Dúvidas, que fornece informações sobre a eficácia, segurança e a importância da vacinação (disponível em www.vacina100duvidas.sp.gov.br).

Risco e histórico da doença

Embora não haja transmissão urbana de febre amarela no Brasil desde 1942, o ciclo silvestre da doença continua sendo uma preocupação. Segundo o Ministério da Saúde, a febre amarela grave tem uma taxa de mortalidade entre 20% e 50%.

Os sintomas iniciais incluem febre, dores no corpo, calafrios e fadiga. Casos graves podem evoluir para icterícia, hemorragias e insuficiência de múltiplos órgãos. Diante de qualquer sinal, é fundamental procurar atendimento médico imediato.

Impacto regional

O caso em Socorro e a morte de macacos em outras cidades da região, como Pinhalzinho e Ribeirão Preto, reforçam a necessidade de vigilância contínua. As autoridades apelam à população para que busque a vacinação e evite contato com áreas de mata sem estar devidamente imunizada.

Com essas ações integradas, São Paulo espera conter a propagação da febre amarela e proteger as comunidades mais vulneráveis.