Ruídos em excesso impactam diretamente a saúde da população.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A cidade de São Paulo enfrenta um crescente problema de poluição sonora, com uma média de 118 reclamações diárias registradas em 2024. No total, foram mais de 43 mil queixas ao longo do ano, conforme dados da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSub). Esse número representa um aumento de 117% em relação a 2019, evidenciando uma tendência preocupante para a qualidade de vida dos paulistanos.
A capital paulista ocupa a sétima posição no ranking global de poluição sonora, ficando atrás de cidades como Nova York, Hong Kong e Paris. O ruído médio registrado em São Paulo chega a 68,9 decibéis, ultrapassando inclusive a média de cidades europeias como Londres e Berlim.
Os impactos da poluição sonora na saúde
Especialistas alertam que a exposição contínua a altos níveis de ruído pode causar uma série de problemas à saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição sonora é um dos principais fatores de risco ambiental e pode levar a:
- Estresse crônico e transtornos de ansiedade
- Distúrbios do sono e fadiga
- Problemas cardiovasculares, como hipertensão
- Dificuldades de concentração e perda de produtividade
- Perda auditiva irreversível em casos de exposição prolongada
O corpo humano reage ao barulho excessivo como se estivesse em estado de alerta constante. Isso pode elevar a pressão arterial, causar insônia e afetar a cognição, aumentando o risco de doenças crônicas.
Principais fontes de ruído na cidade
Os dados da prefeitura indicam que os maiores responsáveis pelas reclamações de poluição sonora em São Paulo são:
- Bares, casas noturnas e eventos ao ar livre – Representam um dos principais alvos de queixas da população, especialmente em regiões com grande concentração de estabelecimentos de lazer.
- Trânsito intenso e buzinas – Com milhões de veículos circulando diariamente, São Paulo sofre com o barulho de motores, freadas bruscas e sirenes.
- Obras de construção civil – Somente em 2024, foram emitidos mais de 6 mil alvarás de construção e demolição, gerando impactos sonoros constantes.
- Fábricas e indústrias – Muitas instalações ainda não possuem isolamento acústico adequado, prejudicando moradores vizinhos.
Além disso, festas clandestinas e som alto em veículos são problemas recorrentes. Em 2024, apenas 1,2 mil das 43 mil reclamações resultaram em punições, incluindo multas e notificações.
Soluções para reduzir a poluição sonora
Diante desse cenário, pesquisadores e urbanistas propõem algumas soluções para mitigar o impacto do ruído na cidade:
- Ampliação de áreas verdes – Árvores e parques podem ajudar a absorver parte do barulho urbano;
- Regulamentação mais rígida – Multas mais severas e fiscalização eficiente podem inibir infrações;
- Uso de materiais acústicos em construções – Prédios com isolamento sonoro adequado reduzem a propagação do ruído;
- Criação de um mapa de ruído urbano – A Prefeitura de São Paulo se comprometeu a entregar um estudo detalhado sobre a distribuição sonora da cidade até 2029, permitindo medidas mais eficazes.
Enquanto as soluções não são implementadas de forma efetiva, a população segue convivendo diariamente com os impactos negativos do excesso de barulho. A necessidade de políticas públicas mais robustas e campanhas de conscientização torna-se essencial para melhorar a qualidade de vida na maior metrópole do Brasil.
- Leia mais:
https://gnewsusa.com/2025/02/lider-do-pl-propoe-isencao-do-ir-para-quem-ganha-ate-r-10-mil/

Faça um comentário