
Republicanos intensificam ações contra Moraes e buscam barrar entrada de autoridades acusadas de censura
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos se reúne nesta quarta-feira (26) para votar um projeto que pode impactar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida propõe barrar a entrada de autoridades estrangeiras envolvidas em restrições à liberdade de expressão e, caso seja aprovada, seguirá para votação no plenário.
Ministro do STF enfrenta resistência nos EUA
Desde a posse de Donald Trump, Alexandre de Moraes tem sido alvo de críticas e ações por parte de figuras políticas e empresariais norte-americanas. A plataforma Rumble, que tem parceria com uma empresa ligada a Trump, moveu um processo contra o ministro, alegando que ele promove censura por meio de decisões judiciais que afetam companhias dos Estados Unidos.
O deputado republicano Rick McCormick também entrou na ofensiva e pediu que Trump imponha sanções econômicas contra Moraes. Além disso, congressistas americanos articulam medidas para ampliar restrições a autoridades estrangeiras acusadas de censurar cidadãos dos EUA.
Proposta mira diretamente Moraes
O projeto, denominado No Censors on Our Shores Act (Sem Censores em Nossas Fronteiras, em tradução livre), foi apresentado em setembro de 2024 pelos deputados Maria Elvira Salazar e Darrell Issa, ambos do Partido Republicano. A justificativa da proposta cita diretamente Alexandre de Moraes, mencionando sua decisão de suspender o X no Brasil após a rede social de Elon Musk descumprir ordens judiciais brasileiras.
A movimentação nos EUA se intensificou com o retorno de Trump ao governo, que defende a liberdade de expressão como uma das prioridades de sua gestão. Paralelamente, parlamentares republicanos têm estreitado diálogo com políticos brasileiros da oposição a Lula, reforçando o interesse em conter o avanço de figuras vistas como autoritárias.
Aliados de Bolsonaro se mobilizam nos EUA
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL) se encontrou recentemente com Maria Elvira Salazar para discutir o avanço do projeto contra Moraes. Além disso, durante sua participação na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), ele voltou a defender uma posição firme contra medidas do Judiciário brasileiro.
Em outra ocasião, Eduardo Bolsonaro comentou sobre a nova administração Trump e as possibilidades de reação contra autoridades que considera abusivas. Durante uma transmissão ao vivo com Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, ele afirmou que o governo Trump poderia colocar “freios” em determinadas figuras do Judiciário brasileiro, incluindo Moraes.
A expectativa agora gira em torno do resultado da votação no comitê da Câmara dos Representantes. Caso o projeto avance, poderá representar um forte revés para Moraes, consolidando sua imagem internacionalmente como um agente da censura.
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