O esperado clima de rivalidade entre Brasil e Argentina na noite da última terça-feira (25), em Buenos Aires, não passou de uma mera expectativa. Os anfitriões, ao invés de responderem à provocação de Raphinha, que havia prometido “porrada” na véspera do jogo, dominaram o Brasil com um futebol envolvente e eficaz, conquistando uma goleada de 4 a 1.
A vitória representou a classificação antecipada da Argentina para a Copa do Mundo de 2026. Mesmo antes de a bola rolar no Estádio Monumental, a casa do River Plate, os argentinos já celebravam a vaga garantida com o empate sem gols entre Bolívia e Uruguai, que selou o destino dos atuais campeões mundiais.
A Bolívia, com 14 pontos e na sétima posição, não pode mais alcançar a Argentina, que soma agora 31 pontos. Os seis primeiros colocados garantem vaga direta no Mundial, e o sétimo ainda disputa a repescagem.
O jogo, que teve um momento marcante com Enzo Fernández superando o goleiro Bento para fazer o segundo gol argentino, foi uma exibição de gala da seleção de Lionel Scaloni, que soube controlar o jogo desde o início.
A seleção brasileira, por outro lado, teve uma atuação apagada. Mesmo com a posse de bola de 57%, a Argentina teve mais domínio e agilidade, trocando passes rápidos e incisivos, além de pressionar a defesa brasileira em todos os momentos.
Logo no primeiro tempo, a Argentina mostrou sua superioridade com gols de Julián Álvarez (aos 4′), Enzo Fernández (12′) e Alexis Mac Allister (37′). O Brasil conseguiu descontar com Matheus Cunha aos 26′, em um dos raros momentos de perigo da equipe de Dorival Júnior. No intervalo, o estádio vibrava com os cânticos da torcida argentina, enquanto a seleção de Scaloni já parecia encaminhar a vitória.
Jogadores argentinos comemorando gol sobre o Brasil. Foto: Reprodução.
O Brasil, sem Neymar, e a Argentina, sem Messi, jogaram pela primeira vez desde 2005 sem suas maiores estrelas. Mesmo sem o craque argentino, a seleção da casa teve um desempenho seguro, enquanto os brasileiros, desfalcados e com muitas mudanças no elenco, não conseguiram reagir.
O treinador Dorival Júnior, que precisou realizar seis mudanças devido a lesões, suspensões e opções táticas, viu sua equipe ser dominada em campo. Apesar da confiança de alguns jogadores antes do confronto, como Raphinha, que havia prometido impor agressividade, o time brasileiro não conseguiu traduzir isso em campo. A derrota se agravou na segunda etapa, quando Giuliano Simeone fez o quarto gol aos 25′.
A defesa brasileira, que já havia mostrado falhas durante as Eliminatórias, foi um dos principais pontos negativos da partida. Em 17 jogos nas Eliminatórias para a Copa de 2022, o Brasil havia sofrido apenas cinco gols, mas já acumula 16 gols contra em 2026.
A goleada por 4 a 1 contra a Argentina é a maior derrota da seleção brasileira em Eliminatórias. O pior resultado anterior foi um 3 a 0 contra o Chile, em 2000.
Com o resultado, a Argentina mantém seu tabu de 16 anos sem perder para o Brasil em casa, sendo que a última vitória brasileira em solo argentino foi em 2009, com um triunfo por 3 a 1.
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