Brasil implementa estratégia inédita para garantir acesso ao medicamento Zolgensma pelo SUS

Foto: reprodução
Acordo entre Ministério da Saúde e Novartis viabiliza tratamento para Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

O Ministério da Saúde anunciou uma medida inovadora para viabilizar a oferta do medicamento Zolgensma no Sistema Único de Saúde (SUS). Utilizado no tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, o remédio, um dos mais caros do mundo, será disponibilizado por meio de um Acordo de Compartilhamento de Risco, assinado com a farmacêutica Novartis na última quinta-feira (20). O modelo adotado condiciona o pagamento ao desempenho da terapia nos pacientes, garantindo que o governo só realize o pagamento integral caso o tratamento apresente resultados positivos​.

Com esse acordo, o Brasil se torna um dos seis países no mundo a oferecer essa terapia gênica no sistema público de saúde. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância dessa iniciativa:

“Pela primeira vez, o SUS vai oferecer essa terapia inovadora para o tratamento dessas crianças. Esse acordo inédito vai transformar a vida das famílias afetadas pela AME.”

O que é a Atrofia Muscular Espinhal (AME)?

A AME é uma doença genética rara e degenerativa, que interfere na capacidade de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores. Essa deficiência compromete movimentos vitais como respirar, engolir e se mover. Sem tratamento, crianças com AME tipo 1 têm alta probabilidade de falecer antes dos dois anos de idade​.

Como o Zolgensma será ofertado pelo SUS?

A partir da próxima semana, 28 centros de referência em 18 estados estarão preparados para iniciar a infusão do Zolgensma em bebês com até seis meses de idade e que não dependam de ventilação mecânica invasiva por mais de 16 horas diárias. O protocolo de atendimento será publicado nos próximos dias, e um comitê especializado acompanhará os resultados dos pacientes por cinco anos​.

Os estados contemplados incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará, entre outros.

Pagamento vinculado ao desempenho do tratamento

O modelo adotado pelo Ministério da Saúde prevê o pagamento do medicamento em etapas, conforme a evolução do paciente:

  • 40% no momento da infusão;
  • 20% após 24 meses, se o bebê demonstrar controle da nuca;
  • 20% após 36 meses, caso consiga sentar sem apoio por 10 segundos;
  • 20% após 48 meses, se os avanços motores forem mantidos.

Caso haja óbito ou progressão da doença para dependência total de ventilação mecânica, os pagamentos serão interrompidos​.

Avanço para doenças raras no Brasil

O Zolgensma se junta a outros dois medicamentos já disponíveis no SUS para o tratamento da AME: nusinersena e risdiplam, que são de uso contínuo. Nos últimos quatro anos, o governo investiu cerca de R$ 1 bilhão para atender pacientes com AME, inclusive via demandas judiciais​.

A chegada da terapia gênica reforça a capacidade do SUS de incorporar tratamentos de alta complexidade para doenças raras, beneficiando milhares de famílias brasileiras e oferecendo novas perspectivas para crianças diagnosticadas com AME.

  • Leia mais:

https://gnewsusa.com/2025/03/ex-vereador-gabriel-monteiro-deixa-a-prisao-apos-decisao-do-stj-do-rio-de-janeiro/

https://gnewsusa.com/2025/03/ministro-brasileiro-alexandre-de-moraes-vota-contra-liberdade-condicional-do-ex-deputado-daniel-silveira/

https://gnewsusa.com/2025/03/criminalidade-e-inflacao-disparam-enquanto-lula-perde-apoio-popular/

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*