
Evento em Cartagena, Colômbia, ressaltou a necessidade de políticas públicas para melhorar a qualidade do ar e reduzir danos à saúde e à economia global.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A segunda Conferência Global sobre Poluição do Ar se encerrou na última quinta-feira (27) em Cartagena, Colômbia, reunindo especialistas, autoridades e organizações internacionais para debater os impactos da poluição atmosférica na saúde pública e na economia global. O evento destacou exemplos de políticas bem-sucedidas em diversas cidades e países que visam prevenir doenças, salvar vidas, proteger a saúde infantil e mitigar as mudanças climáticas.
Graves riscos à saúde
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar representa uma ameaça catastrófica para a saúde pública, sendo responsável por aproximadamente 7 milhões de mortes anuais devido a doenças respiratórias, cardiovasculares, pulmonares e câncer. Além disso, a exposição prolongada a poluentes está associada a dificuldades respiratórias, crises de asma, baixo peso ao nascer, diabetes, comprometimento cognitivo e impactos na saúde mental.
Na quinta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, participou de um debate sobre os benefícios de políticas para a redução da poluição do ar, abordando três principais vantagens: melhoria dos indicadores de saúde, benefícios para o meio ambiente e ganhos econômicos. Durante a sessão, foram apresentados casos de sucesso sobre como iniciativas eficazes podem ser implementadas e financiadas.
Impacto econômico da poluição do ar
Os danos à saúde causados pela poluição atmosférica geram um custo estimado de 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Além disso, cerca de 1,2 bilhão de dias de produtividade são perdidos anualmente devido a doenças relacionadas à poluição do ar. Esses dados foram tema de um painel com a participação de Benoît Bosquet, diretor regional de Desenvolvimento Sustentável para a América Latina e Caribe do Banco Mundial, que discutiu oportunidades de investimento no controle da poluição e os retornos econômicos dessas ações.
A poluição do ar é causada principalmente pela queima de combustíveis fósseis nos setores de transporte, energia e indústria, além da ausência de fontes limpas de energia para residências e das emissões provenientes da agricultura. Outros fatores agravantes incluem a má gestão de resíduos e um planejamento inadequado do uso da terra, que contribuem para a intensificação da crise climática.
Cooperação internacional pela qualidade do ar
Durante a conferência, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) promoveu a primeira reunião da rede de cooperação sobre qualidade do ar. Criado na 6ª Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unea-6) no ano passado, o grupo busca soluções para setores de alto impacto e formas de ampliar o acesso a recursos para o combate à poluição.
A conferência reuniu ministros da Saúde, Meio Ambiente e Energia, além de representantes de órgãos nacionais, intergovernamentais e de desenvolvimento. Também participaram profissionais da área da saúde, autoridades locais, especialistas em energia, transporte, indústria e agricultura, pesquisadores e membros da sociedade civil.
O evento foi organizado pela OMS e pelo governo da Colômbia, com apoio do governo da Espanha e de outras agências das Nações Unidas, como o Pnuma e o Banco Mundial. O objetivo principal foi fortalecer a cooperação internacional e incentivar a adoção de políticas públicas eficazes para reduzir os impactos da poluição do ar, garantindo um futuro mais saudável e sustentável para a população mundial.
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