
Nova tecnologia genética promete revolucionar o tratamento do câncer, evitando efeitos colaterais dos métodos tradicionais.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
Pesquisadores do Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (KAIST) anunciaram uma descoberta inovadora que pode transformar radicalmente a forma como o câncer é tratado: a reversão de células cancerígenas ao seu estado normal, sem necessidade de destruí-las.
O estudo, divulgado em dezembro de 2024, mostra que, por meio de uma modulação genética altamente precisa, é possível alterar o comportamento de células malignas e reprogramá-las para funcionarem novamente como células saudáveis. A técnica foi testada com sucesso em modelos celulares de câncer humano, representando um avanço sem precedentes na oncologia.
Como funciona a tecnologia
A equipe liderada pelo professor Kwon Oh-seok utilizou uma combinação de engenharia genética e biotecnologia para interferir diretamente nos mecanismos moleculares das células tumorais. O processo envolve a regulação de proteínas e genes específicos que estavam desativados ou desorganizados no interior das células cancerosas.
Em vez de matar essas células – como acontece com a quimioterapia ou radioterapia –, a técnica permite que elas voltem a se comportar como células normais. O objetivo é evitar os efeitos colaterais danosos dos tratamentos convencionais, que afetam também as células saudáveis.
Resultados promissores
Nos testes de laboratório, os pesquisadores observaram que, após a aplicação da nova tecnologia, as células cancerosas perderam sua capacidade de multiplicação descontrolada e readquiriram características normais. Segundo os autores do estudo, a reversão celular foi estável e demonstrou baixos riscos de reativação tumoral.
“Estamos tentando não apenas tratar o câncer, mas neutralizá-lo pela reprogramação celular”, disse o professor Kwon, em entrevista ao Korea Biomedical Review. “Isso abre portas para uma nova era nos tratamentos oncológicos.”
Próximos passos
Apesar dos resultados animadores, os cientistas enfatizam que ainda há um longo caminho até que a tecnologia esteja disponível para pacientes. Estudos clínicos, testes em animais e humanos ainda precisam ser realizados para garantir a segurança e eficácia da técnica.
A comunidade científica internacional recebeu a notícia com entusiasmo, mas também com cautela. A oncologista e pesquisadora Dra. Lisa Coussens, da Oregon Health & Science University, comentou em entrevista à revista Nature: “Se os dados forem replicáveis e seguros, estamos diante de uma abordagem transformadora.”
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