
Guatemalteco é acusado de contrabandear adolescente para os Estados Unidos e falsificar documentos para obter sua custódia. Caso levanta alerta sobre exploração de crianças na fronteira e esquema de tráfico humano.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Um caso alarmante de tráfico humano e fraude migratória foi exposto nesta semana nos Estados Unidos, quando um grande júri federal indiciou Juan Tiul Xi, um cidadão guatemalteco de 26 anos, que vive ilegalmente no país, pelo contrabando de uma menor desacompanhada e apresentação de documentos falsos às autoridades de imigração para obter sua custódia.
Segundo as investigações, conduzidas em conjunto pela Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), pelo FBI e outros órgãos federais, Tiul Xi teria incentivado uma garota guatemalteca de 14 anos a atravessar ilegalmente a fronteira americana, utilizando a identidade da irmã dele como cobertura. Após a entrada da menor, ela foi colocada sob proteção do Escritório de Reassentamento de Refugiados (ORR), como determina o protocolo para crianças estrangeiras desacompanhadas.
O suspeito então teria forjado documentos, declarando falsamente ser irmão da adolescente para solicitar sua custódia, o que foi concedido pelas autoridades em setembro de 2023, com base nas informações fraudulentas.
A operação só foi descoberta graças à atuação integrada da Força-Tarefa Conjunta Alpha (JTFA) — um esforço interestadual e internacional criado para combater o tráfico humano e o contrabando de migrantes na América Central e na fronteira sul dos EUA. Segundo o Departamento de Justiça, Tiul Xi enfrenta agora acusações formais por incentivar entrada ilegal para ganho financeiro, falsificação de documentos federais e roubo de identidade agravado.
Se condenado, ele poderá pegar até 10 anos de prisão pela acusação de imigração ilegal, 5 anos pela falsificação e mais 2 anos obrigatórios pelo roubo de identidade, que devem ser cumpridos consecutivamente.
As autoridades norte-americanas destacaram que o caso evidencia o risco constante de exploração de menores por organizações criminosas e indivíduos predatórios, que se aproveitam de brechas no sistema migratório. “Estamos firmemente comprometidos em proteger crianças vulneráveis e responsabilizar quem tenta explorá-las”, afirmou Todd Lyons, diretor interino da ICE.
A ORR também reforçou que tem adotado medidas mais rígidas na verificação de patrocinadores de menores desacompanhados, como entrevistas detalhadas, análise documental aprofundada e cruzamento de informações com bancos de dados criminais e migratórios.
A investigação contou ainda com a participação de adidos da ICE na Guatemala, equipes do Centro de Combate ao Tráfico Humano e da Seção de Direitos Humanos e Processos Especiais do Departamento de Justiça dos EUA. A promotoria federal destacou que este processo integra a Operação Take Back America, que busca desmantelar redes de contrabando e cartéis que exploram migrantes em situação de vulnerabilidade.
As autoridades destacaram que, por enquanto, Tiul Xi responde às acusações de forma provisória e que a confirmação de sua culpa ou inocência só será determinada ao final do julgamento, conforme prevê a legislação.
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