
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi (à direita), e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff (à esquerda).
Com a mediação de Omã, discussões sobre o programa nuclear iraniano indicam uma chance para um acordo histórico.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Neste sábado (26), as negociações entre os Estados Unidos e o Irã começaram em Mascate, capital de Omã, em meio a um cenário de crescente tensão sobre o programa nuclear de Teerã. Depois de décadas de confrontos diplomáticos e militares, os dois países tentam encontrar uma solução que limite o enriquecimento de urânio pela República Islâmica, um tema central das conversações.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, estão conduzindo os diálogos. Embora as discussões ainda ocorram sob grande discrição, fontes indicam que o foco é estabelecer limites claros para o programa nuclear do Irã, em troca da flexibilização das pesadas sanções impostas pelos Estados Unidos. Essa aproximação, com a ajuda de Omã como mediador, surge após anos de inimizades e desentendimentos, especialmente depois da retirada unilateral dos EUA do acordo nuclear de 2015.
A chegada de Araghchi a Omã foi marcada por reuniões com autoridades locais, incluindo o ministro das Relações Exteriores do país, Badr al-Busaidi, que já havia mediado encontros anteriores entre as partes. O ministro iraniano também aproveitou para visitar a Feira Internacional do Livro de Mascate, acompanhando os eventos com uma grande presença da imprensa.
O encontro entre os representantes de Washington e Teerã ocorre em um contexto delicado, com o Oriente Médio enfrentando diversas crises. A questão do Irã se tornou ainda mais premente após as ameaças do país de construir uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos necessários para a fabricação de armas nucleares.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem demonstrado, repetidamente, que deseja evitar uma escalada militar na região. Durante uma viagem a Roma, ele expressou otimismo quanto ao andamento das negociações.
“A situação do Irã está indo muito bem”, disse Trump. “Tivemos muitas conversas com eles e acho que vamos chegar a um acordo. Prefiro um acordo a outra alternativa. Isso seria bom para a humanidade.”
O presidente americano também ressaltou as consequências de um possível fracasso nas negociações, deixando claro que a pressão por uma solução pacífica segue forte.
“Há algumas pessoas que querem fazer um tipo diferente de acordo – um acordo muito mais desagradável – e eu não quero que isso aconteça com o Irã, se pudermos evitar.”
Com a pressão interna e externa para resolver a questão nuclear iraniana, os EUA buscam um caminho diplomático que, ao mesmo tempo, permita o alívio das sanções, mas sem abrir mão de garantir a segurança internacional. Esse processo representa não só uma oportunidade para os dois países, mas também uma chance de estabilidade para todo o Oriente Médio, marcado por incertezas e conflitos prolongados.
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