Ação federal destrói dragas e equipamentos usados em atividade clandestina que ameaça comunidades isoladas e o meio ambiente.
Por Ana Raquel|GNEWSUSA
Uma grande operação contra o garimpo ilegal foi deflagrada no Vale do Javari, no estado do Amazonas, uma das regiões mais remotas e preservadas da Amazônia. A iniciativa, batizada de Operação Nidaid Isquim, começou na última quinta-feira (24) e segue até esta quinta-feira (1º), reunindo equipes especializadas no combate a crimes ambientais e na proteção de áreas de preservação e territórios indígenas.
Atividades ilegais e risco às comunidades
Durante a ação, foram destruídas 16 dragas e diversos equipamentos utilizados por garimpeiros para extração clandestina de minério na região. Além disso, os agentes coletaram materiais e evidências que devem servir de base para futuras operações de repressão e investigação sobre os responsáveis pela atividade.
O Vale do Javari é a segunda maior terra indígena do Brasil, com aproximadamente 8,5 milhões de hectares, e concentra a maior quantidade de povos indígenas isolados do mundo. Além desses grupos, há também cerca de 7 mil indígenas de diversas etnias que vivem na área. O garimpo ilegal coloca essas populações em risco, especialmente pela contaminação dos rios com mercúrio e pela ameaça ao modo de vida tradicional.
Ação integrada para proteção ambiental e cultural
A operação contou com a atuação conjunta de equipes da Polícia Federal, Ibama e a Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari, que há anos monitoram a região devido à crescente pressão de atividades clandestinas. O objetivo é impedir o avanço de práticas que destroem o meio ambiente e afetam diretamente populações tradicionais e indígenas.
A operação teve como foco, além da repressão imediata, o levantamento de informações para rastrear os responsáveis pela logística e financiamento do garimpo na área, buscando desmantelar as estruturas criminosas envolvidas na exploração ilegal de recursos naturais.
Área de importância ambiental e cultural
O Vale do Javari é reconhecido por abrigar um dos mais ricos ecossistemas da Amazônia e pela presença de nove registros confirmados de povos indígenas isolados, além de outras cinco referências em investigação. Essa diversidade, tanto ambiental quanto cultural, torna a região estratégica para a conservação da floresta e proteção de comunidades que vivem de forma tradicional.
A operação representa mais um esforço para reduzir os impactos causados pela extração mineral clandestina, que além de degradar o ambiente, ameaça a sobrevivência de culturas milenares e a segurança das populações locais.
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