
Aumento expressivo de infecções preocupa autoridades; novo surto do sorotipo DENV-3 eleva risco de formas graves da doença, principalmente entre crianças, idosos e gestantes.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta nesta semana sobre o crescimento alarmante dos casos de dengue nas Américas em 2025. Nas primeiras semanas do ano, 23 países e territórios da região notificaram juntos 238.659 casos suspeitos, sendo que o Brasil responde por 87% desse total.
A gravidade da situação levou a agência internacional a solicitar medidas urgentes aos governos nacionais, com foco no reforço da vigilância epidemiológica, combate aos criadouros do mosquito transmissor e ampliação da assistência médica.
Além do Brasil, outros países que concentram a maior parte dos casos incluem a Colômbia (5,6%), Nicarágua (2,5%), Peru (2,5%) e México (2,5%). Dos casos registrados, 263 foram classificados como dengue grave e 23 mortes foram confirmadas até o momento.
Circulação do sorotipo DENV-3 preocupa especialistas
Um dos fatores que mais preocupa as autoridades de saúde é a recirculação do sorotipo DENV-3 do vírus da dengue. Segundo a Opas, este sorotipo esteve ausente por longos períodos em várias regiões das Américas, e seu retorno representa um risco elevado, especialmente para populações que ainda não haviam sido expostas ao vírus.
O DENV-3 está associado a quadros mais severos da doença, podendo levar a complicações mesmo em infecções primárias. A situação é ainda mais delicada para crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, considerados os grupos mais vulneráveis às formas graves da dengue.
Fatores climáticos e urbanos favorecem a proliferação
Entre as causas apontadas para o crescimento da dengue estão as mudanças climáticas, que ampliam as áreas propensas à proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença. Além disso, o rápido crescimento urbano desordenado, a má gestão de resíduos sólidos e a distribuição irregular de água contribuem diretamente para o aumento dos criadouros do mosquito.
Ações urgentes e intersetoriais são recomendadas
A Opas reforça que o combate à dengue deve ir além das ações pontuais e envolver uma resposta coordenada entre os setores de saúde, educação, saneamento básico, urbanismo e comunicação. É essencial que as comunidades participem ativamente da eliminação dos focos do mosquito.
O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, reiterou a importância de integrar esforços:
“Precisamos de uma resposta coletiva e sustentada, com forte liderança dos Ministérios da Saúde, mas também com o engajamento das famílias, escolas, empresas e gestores locais”, declarou.
A agência defende que o combate às arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, deve ser contínuo e parte de políticas públicas integradas para minimizar os impactos à saúde, à economia e à qualidade de vida da população.
- Leia mais:
Faça um comentário