Bolsonaro recebe conselheiro dos EUA e alerta para ameaças à democracia no Brasil

Reunião com Ricardo Pita fortalece diálogo entre conservadores do Brasil e dos Estados Unidos diante de preocupações crescentes sobre o cenário político nacional.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu na última segunda-feira (5) o conselheiro sênior do Departamento de Estado norte-americano, Ricardo Pita, para uma conversa que durou quase duas horas em sua residência, em Brasília.

A visita ocorre em um contexto de atenção redobrada de autoridades americanas à América Latina, e a escolha de Bolsonaro para um diálogo reservado mostra a relevância que ele ainda detém no debate geopolítico regional. “O que eu posso falar é que eu estive com ele. Quase 2 horas de conversa. Eu, meu filho Flávio e mais algumas pessoas. Uma conversa bastante reservada, há um interesse americano no Brasil”, afirmou Bolsonaro em uma entrevista nesta terça-feira (6).

O encontro foi interpretado como um gesto de aproximação entre lideranças conservadoras brasileiras e representantes do governo dos Estados Unidos, que demonstraram disposição para ouvir as preocupações do ex-presidente. Segundo publicação de Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado, Bolsonaro “destacou as ameaças urgentes à democracia brasileira e aos interesses dos EUA na região”.

A fala reforça a narrativa de que setores democráticos vêm sendo sufocados por decisões autoritárias no país, o que tem despertado preocupação não apenas entre brasileiros, mas também no exterior. “Pita manifestou apoio ao Presidente Bolsonaro e prometeu levar sua mensagem de volta para Washington, DC, capital dos EUA”, escreveu Eduardo em sua conta no X (ex-Twitter).

A presença da comitiva americana em Brasília, que também inclui o coordenador-interino de Sanções, David Gamble, está oficialmente relacionada ao combate ao crime organizado e a discussões sobre terrorismo e narcotráfico. No entanto, a interlocução com o ex-presidente e figuras próximas a ele pode indicar que há um interesse maior em compreender as pressões políticas enfrentadas pela oposição no país.

Ao optar por esse diálogo direto com Bolsonaro, representantes do governo dos EUA sinalizam que a voz do ex-presidente ainda é considerada significativa no panorama internacional, sobretudo no que diz respeito à defesa da liberdade e ao equilíbrio institucional no Brasil.

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