Detecção do vírus H5N1 em estabelecimento avícola de Montenegro leva à suspensão de exportações e reforço de medidas sanitárias.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, em 16 de maio de 2025, o primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no Brasil. O foco foi identificado em um estabelecimento avícola no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Até então, os casos registrados no país estavam restritos a aves silvestres e criações de subsistência.
O diagnóstico foi confirmado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas, em São Paulo. Como medida de contenção, o Mapa determinou o abate sanitário das aves afetadas e a interdição da granja. Além disso, foi suspensa temporariamente a exportação de produtos avícolas oriundos do Rio Grande do Sul.
A confirmação do caso levou países como China, União Europeia e Argentina a interromperem as importações de produtos avícolas brasileiros. A Argentina, por exemplo, suspendeu as importações de produtos e subprodutos de origem avícola provenientes do Brasil, conforme informado pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa).
O Ministério da Agricultura reforça que a gripe aviária não é transmitida aos seres humanos pelo consumo de carne de aves ou ovos devidamente inspecionados. As infecções humanas ocorrem principalmente pelo contato direto com aves infectadas, vivas ou mortas.
Para prevenir a disseminação do vírus, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi) recomenda aos avicultores a revisão das estruturas físicas das granjas, garantindo que telas e cercas estejam íntegras para evitar o ingresso de aves silvestres. Outras medidas incluem a desinfecção de veículos e equipamentos, o uso de roupas e calçados exclusivos nas granjas e a restrição de acesso de pessoas não autorizadas.
O Brasil permanece em estado de emergência zoossanitária, declarado em julho de 2023 e prorrogado em janeiro de 2025, com vigência até julho de 2025. Essa medida permite a mobilização de recursos e a implementação de ações rápidas para o controle e erradicação da doença.
As autoridades sanitárias continuam monitorando a situação e reforçam a importância da notificação imediata de qualquer suspeita de gripe aviária às inspetorias ou escritórios de defesa agropecuária locais. O consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial permanece seguro.
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