Drogas eram trazidas do México para o Brasil disfarçadas em tapetes de banheiro e distribuídas por uma rede criminosa que atuava em vários estados.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira (20), uma operação para combater o tráfico internacional de drogas, resultando na prisão de quatro pessoas ligadas a um esquema que trazia metanfetamina do México para o Brasil. As investigações apontaram que os criminosos mantinham ligação direta com o Cartel de Sinaloa, uma das mais poderosas organizações de narcotráfico do mundo.
A ação policial contou com o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo. O principal alvo da operação, que possuía uma ordem de prisão pendente, conseguiu fugir de sua residência em Niterói (RJ) antes da chegada dos agentes, mas foi capturado horas depois, enquanto se deslocava em direção à capital paulista.
Esquema sofisticado: droga líquida em tapetes
De acordo com informações obtidas pela investigação, o grupo criminoso importava metanfetamina em estado líquido e impregnava a substância em tapetes de banheiro, utilizados como disfarce para transporte por encomendas. Após a chegada ao Brasil, a droga era cristalizada e distribuída por meio de receptadores e intermediários, responsáveis pelo armazenamento e comercialização em diferentes regiões do país.
As apurações identificaram que o esquema criminoso começou a ser desvendado após uma operação realizada pela Polícia Federal no dia 18 de fevereiro, quando duas pessoas foram presas a partir de informações repassadas pela Homeland Security Investigations (HSI), agência de segurança dos Estados Unidos. Na ocasião, foram localizadas encomendas postais que haviam transitado pelo território norte-americano em novembro de 2024, com destino à cidade de São Paulo.
Cartel de Sinaloa: presença global e histórico de violência
A investigação confirmou a participação do Cartel de Sinaloa no fornecimento da droga, reforçando a preocupação das autoridades brasileiras com a atuação de facções internacionais no país. Considerado um dos maiores grupos de tráfico de drogas do planeta, o cartel é conhecido pelo comércio de fentanil, metanfetamina e heroína para diversos países.
Em julho de 2024, dois dos principais líderes da organização foram presos nos Estados Unidos: Ismael “El Mayo” Zambada, cofundador do cartel, e Joaquin Guzman Lopez, filho do notório traficante El Chapo Guzman. Ambos enfrentam uma série de acusações por comandar redes criminosas, incluindo o tráfico de fentanil e outras substâncias altamente letais.
Desdobramentos e novas diligências
Com a prisão dos quatro integrantes da quadrilha no Brasil, a Polícia Federal segue investigando possíveis conexões da organização com facções criminosas nacionais, além de monitorar a rota utilizada para o envio de entorpecentes e a movimentação financeira gerada pelas operações ilícitas.
A ofensiva faz parte de uma estratégia integrada entre forças de segurança nacionais e internacionais para enfraquecer o tráfico transnacional de drogas e bloquear os canais logísticos utilizados por essas organizações.
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