Advogados do atacante do Flamengo argumentam que a conduta não configura crime e que as apostas envolvidas não causaram danos significativos.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
A defesa de Bruno Henrique entrou com um pedido de arquivamento do inquérito policial que investiga o atacante do Flamengo, suspeito de manipulação de apostas e de ter forçado um cartão amarelo durante uma partida contra o Santos, no Campeonato Brasileiro de 2023. Os advogados argumentam que as ações atribuídas ao jogador não se enquadram no tipo penal alegado.
O caso envolve suspeitas de que Bruno Henrique teria favorecido apostadores ao forçar a amostragem de um cartão amarelo no jogo contra o Santos, em 2023. A Polícia Federal indiciou o jogador em abril, o que levou à abertura de uma investigação com base na Lei Geral do Esporte, que prevê punições severas para fraudes relacionadas a competições esportivas.
O pedido de arquivamento foi protocolado na tarde da última terça-feira (20) na 7ª Vara Criminal do Distrito Federal e encaminhado ao Ministério Público, que deverá analisar o caso e se manifestar sobre a continuidade da investigação. A defesa de Bruno Henrique alega que o ato do jogador foi uma estratégia tática comum, utilizada por atletas “pendurados” com dois cartões, que forçam a suspensão em uma partida para evitar desfalques em confrontos posteriores, o que, segundo os advogados, não configura crime.
Em sua argumentação, a defesa também contestou a acusação de estelionato, ressaltando que o lucro obtido pelos apostadores envolvidos foi extremamente baixo, cerca de R$ 15 mil, o que, segundo o documento, não teria causado prejuízo significativo ao mercado de apostas, nem justificaria a continuidade do processo. Esse valor, aliás, foi um dos argumentos usados para o arquivamento do caso no STJD em 2024, com base no princípio da insignificância.
Além de Bruno Henrique, também foram indiciados outros envolvidos no caso, incluindo seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, a esposa dele, Ludymilla Araújo Lima, e a prima do jogador, Poliana Ester Nunes Cardoso. Estes foram acusados de realizar apostas relacionadas ao jogador. Uma segunda rede de apostadores foi identificada nas investigações, composta por amigos de Wander Nunes.
As investigações também revelaram mensagens no celular de Bruno Henrique, em que ele e seu irmão discutem o momento em que ele receberia o cartão amarelo. Em uma das conversas, Wander pergunta quando Bruno tomaria o terceiro cartão amarelo, ao que o atacante responde: “Contra o Santos.”
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) abriu um inquérito paralelo para investigar a conduta de Bruno Henrique. O órgão está analisando o caso e deve divulgar um relatório em breve, decidindo se a denúncia seguirá adiante ou será arquivada. Como não houve pedido de suspensão preventiva, Bruno Henrique segue liberado para jogar pelo Flamengo.
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