
Revisão de 80 pesquisas confirma que a prática regular melhora qualidade de vida, reduz complicações e até o risco de morte.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Uma das maiores revisões científicas já feitas sobre o tema comprovou que a atividade física pode ser uma importante aliada no enfrentamento do câncer. Publicado na revista British Journal of Sports Medicine, o estudo analisou 80 ensaios clínicos conduzidos entre 2012 e 2024 e apontou benefícios significativos para pacientes que se mantêm ativos antes, durante e após o tratamento oncológico.
Segundo os pesquisadores da Universidade Médica da China, exercícios físicos contribuíram para reduzir efeitos colaterais como fadiga, dor, insônia, alterações cognitivas e problemas respiratórios. Também houve melhora na composição corporal, marcadores metabólicos como insulina, bem-estar psicológico, interação social e qualidade de vida geral.
A pesquisa revelou ainda que a atividade física antes de cirurgias oncológicas diminui complicações pós-operatórias, tempo de internação hospitalar e o risco de morte. Entre os exercícios avaliados estavam caminhada, corrida, musculação, yoga, tai chi, Qigong e HIIT (treino intervalado de alta intensidade).
Outros estudos reforçam as conclusões. Um trabalho da Universidade de Tel Aviv (Israel) mostrou que o exercício aeróbico pode reduzir em até 72% o risco de câncer metastático. Já uma pesquisa com 1.300 mulheres com câncer de mama revelou que as pacientes fisicamente ativas tiveram risco 50% menor de recorrência e morte.
Com base nesses resultados, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), junto com outras entidades, recomenda pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 minutos de exercício vigoroso. Além de melhorar a saúde individual, a prática pode gerar economia ao sistema público de saúde: estima-se que uma redução de 10% no sedentarismo até 2030 pouparia R$ 20 milhões ao SUS até 2040.
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