Condição comum entre mulheres no climatério provoca secura vaginal, dor na relação sexual e alterações urinárias — mas há tratamento.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A menopausa marca uma transição natural na vida da mulher, geralmente ocorrendo entre os 45 e 55 anos. Essa fase é caracterizada pela interrupção definitiva dos ciclos menstruais e por uma queda significativa na produção dos hormônios femininos, especialmente o estrogênio. Um dos efeitos menos discutidos dessa mudança hormonal é a síndrome geniturinária da menopausa (SGM), condição que afeta a saúde íntima e compromete a qualidade de vida de muitas mulheres.
Sintomas e impactos
A SGM é caracterizada por um conjunto de sintomas que envolvem a região vaginal e o trato urinário inferior. Entre os principais sinais estão:
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Secura vaginal
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Ardência, coceira ou irritação local
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Dor durante as relações sexuais
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Necessidade frequente de urinar
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Infecções urinárias recorrentes
Esses sintomas decorrem da redução da lubrificação natural e da perda de elasticidade dos tecidos da vagina e da uretra, o que os torna mais sensíveis e suscetíveis a microlesões e inflamações.
Por que a síndrome ocorre
Com a redução dos níveis hormonais durante a menopausa, as paredes vaginais tornam-se mais finas e menos elásticas. O fluxo sanguíneo na região íntima também diminui, contribuindo para a redução da lubrificação natural. Além disso, o trato urinário pode apresentar alterações funcionais, aumentando o risco de incontinência e infecções.
A síndrome geniturinária da menopausa é considerada uma condição crônica e progressiva, o que significa que os sintomas tendem a piorar com o tempo se não forem tratados. Embora muito comum, muitas mulheres não buscam atendimento médico por considerarem esses sinais como parte “normal” do envelhecimento.
Tratamentos disponíveis
Existem diversas opções de tratamento para amenizar os sintomas da síndrome geniturinária da menopausa. Os métodos variam de acordo com a intensidade do quadro e o histórico de saúde da paciente. Entre as alternativas mais comuns estão:
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Lubrificantes e hidratantes vaginais: ajudam a reduzir a sensação de secura e podem ser usados diariamente ou antes das relações sexuais.
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Terapia hormonal local: envolve o uso de cremes ou comprimidos vaginais com baixa dosagem de estrogênio, aplicados diretamente na mucosa vaginal, sob orientação médica.
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Cuidados com a higiene íntima: uso de sabonetes neutros e roupas íntimas de algodão ajuda a evitar irritações adicionais.
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Técnicas não hormonais: como o uso de laser vaginal ou radiofrequência, disponíveis em clínicas especializadas, embora ainda estejam em avaliação por órgãos reguladores.
É importante lembrar que a escolha do tratamento deve considerar fatores como histórico médico, contraindicações e preferências da paciente. Em muitos casos, a combinação de abordagens pode trazer melhores resultados.
Autocuidado e informação são fundamentais
Ainda que muito frequente, a SGM é subdiagnosticada. Muitas mulheres não associam os sintomas à menopausa ou evitam falar sobre o assunto por constrangimento. O autocuidado, a observação do próprio corpo e o acesso à informação são passos essenciais para o bem-estar íntimo nessa fase da vida.
Buscar atendimento médico é a melhor forma de garantir um tratamento seguro e adequado. A menopausa não precisa ser sinônimo de desconforto, e há caminhos disponíveis para manter a saúde íntima, a autoestima e a qualidade de vida.
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