Após anos de controle, doença altamente contagiosa volta a circular no país e escancara os riscos da baixa cobertura vacinal.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Depois de ter sido declarado eliminado em território nacional, o sarampo volta a circular no Brasil, provocando preocupação entre profissionais da saúde e colocando em risco populações vulneráveis. A doença, que havia sido considerada erradicada no país em 2024, agora reaparece com novos casos e ameaça os avanços obtidos após anos de campanhas de vacinação.
O retorno do vírus, altamente contagioso, está diretamente ligado à queda na cobertura vacinal em diversas regiões brasileiras. Com isso, especialistas alertam: é fundamental intensificar a imunização para evitar que o sarampo volte a se espalhar descontroladamente.
Doença silenciosa e perigosa
O sarampo é causado por um vírus de transmissão respiratória e atinge exclusivamente os seres humanos. Seus sintomas iniciais lembram os de uma gripe forte: febre alta, tosse, secreção nasal e olhos avermelhados. Após alguns dias, o quadro evolui com o surgimento de erupções vermelhas na pele, que começam no rosto e se espalham pelo corpo.
O período de incubação pode durar de seis a 21 dias, e o contágio ocorre mesmo antes do aparecimento das manchas características, o que torna a doença particularmente difícil de conter em ambientes com baixa imunização.
Transmissão rápida e eficaz
A disseminação do sarampo se dá por meio de gotículas liberadas no ar ao falar, tossir ou espirrar. Estima-se que uma única pessoa infectada pode contaminar até 18 outras que não estejam protegidas pela vacina — uma taxa de contágio extremamente alta.
A mobilidade global também contribui para a reintrodução do vírus. Viajantes infectados podem levar o sarampo a países e comunidades que haviam controlado a doença, evidenciando a importância de uma vigilância epidemiológica constante e internacionalmente coordenada.
Complicações podem ser graves
Embora em muitos casos o sarampo evolua de forma branda, suas complicações podem ser severas, especialmente em crianças pequenas, idosos e imunossuprimidos. Entre os efeitos mais comuns estão infecções pulmonares, otite e desidratação causada por diarreia. Em quadros mais críticos, a doença pode afetar o sistema nervoso central, levando à encefalite — condição inflamatória que pode causar danos permanentes ou até mesmo levar à morte.
Vacinação: a principal defesa
A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, é o método mais seguro e eficaz para prevenir a infecção. Disponível gratuitamente pelo SUS, ela deve ser aplicada em duas doses, iniciando na infância. Adultos que não completaram o esquema vacinal também devem se imunizar, especialmente em tempos de aumento dos casos.
Além da vacinação, medidas como higienização frequente das mãos e o uso de máscaras em locais com potencial de transmissão continuam sendo recomendadas como formas complementares de proteção.
Suspeita da doença exige ação imediata
Diante de sintomas suspeitos, a recomendação é procurar uma unidade de saúde o quanto antes. O diagnóstico precoce permite iniciar o isolamento do paciente e ajuda a conter a disseminação. A notificação às autoridades sanitárias é obrigatória e essencial para o rastreamento de contatos e controle de possíveis focos.
Proteção coletiva depende de todos
A retomada do sarampo no Brasil serve como alerta sobre os riscos da queda nas taxas de vacinação. A chamada imunidade de rebanho — quando grande parte da população está protegida, dificultando a circulação do vírus — só é possível com altos índices de cobertura vacinal.
Neste momento crítico, manter a vacinação em dia é um ato de responsabilidade coletiva. Proteger-se é também proteger os outros.
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