
Com aumento de infecções em áreas urbanas e queda na cobertura vacinal, risco de surtos urbanos volta a acender alerta sanitário.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um novo alerta para os surtos de febre amarela nas Américas, apontando o Brasil como o país mais afetado. De janeiro a maio de 2025, a região registrou 221 casos humanos confirmados da doença e 89 mortes — um aumento de mais de oito vezes em relação ao mesmo período do ano passado.
O Brasil lidera as estatísticas, com 110 casos e 44 óbitos, seguido por Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. A Opas expressou preocupação especial com casos em áreas fora da Amazônia, como o estado de São Paulo e o Departamento de Tolima, na Colômbia, onde há alta densidade populacional e risco de disseminação urbana da doença.
Quase todos os casos ocorreram em pessoas não vacinadas. A cobertura vacinal nos países endêmicos caiu drasticamente nos últimos anos, ficando abaixo dos 95% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sobretudo após a pandemia de Covid-19. Entre 2020 e 2023, essa queda deixou milhares de pessoas desprotegidas.
Além da baixa imunização, o fornecimento global limitado de vacinas contra a febre amarela representa um desafio logístico para conter a disseminação da doença.
A Opas recomenda o reforço da vigilância epidemiológica, vacinação de grupos de risco, ações de comunicação em comunidades vulneráveis e o uso de doses fracionadas, quando apropriado. A agência segue monitorando a situação e prestando apoio técnico aos países afetados.
A febre amarela é uma doença hemorrágica grave, endêmica nas regiões tropicais da América Latina e da África. Transmitida por mosquitos silvestres, pode evoluir rapidamente para quadros graves com danos a órgãos e risco de morte.
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