Brasil: Anvisa determina apreensão de medicamentos falsificados usados no tratamento de diabetes e doenças pulmonares

Foto: internet
Lotes dos remédios Rybelsus e Ofev foram identificados como falsificações após fabricantes negarem a produção; agência reforça alerta à população e profissionais de saúde.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou nesta terça-feira, 3 de junho de 2025, a apreensão imediata de dois lotes de medicamentos falsificados em circulação no Brasil. A medida foi publicada por meio de duas resoluções específicas e se baseia na constatação de que os lotes dos medicamentos em questão não foram reconhecidos pelas empresas fabricantes, configurando assim uma grave violação sanitária com potencial de risco à saúde pública.

Medicamentos e lotes falsificados

Os produtos alvo da determinação da Anvisa são:

  • Rybelsus – Lote M088499
    • Indicação: tratamento de diabetes tipo 2
    • Princípio ativo: semaglutida
    • Fabricante oficial: Novo Nordisk
    • Irregularidade: a farmacêutica confirmou que não produziu esse lote, caracterizando falsificação
  • Ofev – Lote 681522
    • Indicação: tratamento da fibrose pulmonar idiopática (FPI) e da doença pulmonar intersticial associada à esclerose sistêmica (DPI-ES), também conhecida como esclerodermia
    • Princípio ativo: nintedanibe
    • Fabricante oficial: Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda.
    • Irregularidade: lote não reconhecido pela fabricante, portanto falsificado

A falsificação de medicamentos é considerada uma infração gravíssima à legislação sanitária brasileira, representando ameaça direta à segurança do paciente e à credibilidade do sistema de saúde. Os produtos podem conter substâncias inativas, impurezas tóxicas, dosagens incorretas ou simplesmente não conter o princípio ativo necessário para o tratamento da doença.

Impactos dos medicamentos falsificados

O uso de medicamentos como o Rybelsus e o Ofev requer controle rigoroso de qualidade e prescrição adequada. O Rybelsus, por exemplo, contém semaglutida, um fármaco de uso oral recente aprovado para ajudar no controle glicêmico de pacientes com diabetes tipo 2. Seu uso inadequado pode provocar hipoglicemia severa, danos renais e cardiovasculares. Já o Ofev é um medicamento utilizado no controle de doenças pulmonares raras e progressivas, e sua falsificação compromete não apenas a saúde, mas a expectativa de vida dos pacientes.

Medidas de segurança recomendadas

A Anvisa orienta que tanto a população quanto os profissionais de saúde adotem medidas preventivas rigorosas para garantir a procedência dos medicamentos:

  1. Compre sempre em estabelecimentos regularizados, como farmácias e drogarias licenciadas pela Vigilância Sanitária.
  2. Exija a nota fiscal e verifique a embalagem completa, incluindo bulas, selos de segurança e número do lote.
  3. Desconfie de preços muito abaixo do mercado ou da venda por redes sociais, marketplaces e sites sem registro.

Caso haja suspeita de falsificação, o produto não deve ser consumido. A Anvisa orienta que se entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) das fabricantes para verificar a autenticidade do lote. Além disso, a denúncia pode ser registrada diretamente nos canais da Anvisa:

O combate à falsificação de medicamentos

A falsificação de medicamentos é um problema global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% dos medicamentos em países de baixa e média renda são falsificados ou de qualidade inferior. No Brasil, a atuação conjunta entre Anvisa, Polícia Federal, Receita Federal e o Ministério da Saúde tem sido fundamental para fiscalizar o mercado e proteger a saúde da população.

O controle da cadeia de produção e distribuição, aliado à vigilância ativa de farmácias, distribuidores e importadores, é essencial para coibir fraudes. Além disso, campanhas educativas com foco em conscientização da população sobre os riscos do uso de medicamentos fora dos canais oficiais também têm sido implementadas.

O caso dos lotes falsificados de Rybelsus e Ofev serve de alerta para a importância da vigilância constante sobre produtos de saúde. A Anvisa reafirma seu compromisso com a segurança da população e reforça a necessidade de consumo consciente e responsável de medicamentos, especialmente aqueles utilizados em tratamentos crônicos ou graves.

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