
Ação da Polícia Federal e do ICMBio visa preservar corredor migratório e coibir crimes ambientais no litoral fluminense.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
As autoridades federais intensificaram, desde a última sexta-feira (20/06), as ações de fiscalização ambiental no litoral do Rio de Janeiro com o lançamento da Operação Jubarte, iniciativa da Polícia Federal (PF) em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O foco da operação é proteger a rota migratória das baleias-jubarte, que anualmente cruzam as águas da Região dos Lagos, especialmente nas proximidades de Arraial do Cabo.
As atividades, que seguem até o final de junho, têm como principais alvos as embarcações turísticas e industriais que circulam na região, além de motos aquáticas e lanchas. O objetivo é impedir que essas atividades perturbem os cetáceos ou provoquem danos ao meio ambiente marinho, em especial nas áreas da Reserva Extrativista (Resex) de Arraial do Cabo.
Segundo as autoridades, um dos episódios críticos da operação ocorreu no sábado (21/06), quando agentes da PF e do ICMBio conseguiram interceptar um balão junino aceso, que ameaçava cair sobre a vegetação nativa da Ilha do Farol. A ação evitou um possível incêndio ambiental. Durante o patrulhamento marítimo, cerca de 300 metros de linha de nylon foram recolhidos das águas, material que representa risco à fauna marinha, especialmente às baleias.
Além disso, embarcações industriais foram abordadas na área da reserva, com o intuito de verificar o cumprimento das normas ambientais e garantir a segurança dos animais durante seu período migratório. As embarcações de recreio e motos aquáticas foram proibidas de navegar nas proximidades da Resex, área onde as baleias costumam se alimentar e descansar.
O aumento da fiscalização ocorre num contexto de crescimento do turismo de observação de baleias na região, atividade que, se mal conduzida, pode provocar estresse nos animais e alterar seu comportamento natural. Por isso, o ICMBio reforça que o assédio intencional aos cetáceos é crime previsto na Lei Federal 7.643/88, com penas que variam de dois a cinco anos de prisão, além de multa.
De acordo com estimativas do ICMBio, aproximadamente 15 mil baleias-jubarte cruzam a costa fluminense anualmente, número que pode crescer ainda mais em 2025, caso as medidas de proteção sejam mantidas e ampliadas. O esforço conjunto das autoridades tem sido fundamental para o aumento da população de cetáceos no Atlântico Sul.
As operações de fiscalização visam não apenas garantir a preservação da biodiversidade marinha, mas também conscientizar os operadores turísticos e a população local sobre a importância do respeito à fauna oceânica.
Leia mais
Brasil e Japão firmam acordo estratégico para fortalecer a saúde pública
Homem é preso após encenação de “casamento” com criança na Disneylândia de Paris
Com vaga garantida, Flamengo deve poupar titulares e mira bônus milionário contra o Los Angeles FC
Faça um comentário