
Ação conjunta com o Ministério do Trabalho e Inteligência Previdenciária investiga grupo criminoso que usava empresas fantasmas para obter benefícios do INSS de forma irregular; prejuízo aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 3,5 milhões.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Na manhã desta quarta-feira (4), a Polícia Federal desencadeou a Operação Serôdio, com o objetivo de desmantelar um esquema criminoso responsável por fraudes em registros de vínculos empregatícios no sistema previdenciário brasileiro. A ação, realizada em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e com a Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP), mira uma associação criminosa especializada em inserir dados falsos no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), por meio do uso irregular das plataformas GFIP e e-Social.
Segundo as investigações, o grupo atuava criando empresas de fachada, utilizadas exclusivamente para simular relações de trabalho inexistentes. Com isso, era possível requerer benefícios previdenciários de forma fraudulenta, como aposentadorias, seguro-desemprego e salário-maternidade, entre outros.
Um dos principais alvos da investigação é um homem que aparece como responsável legal por mais de 500 empresas, boa parte delas utilizadas apenas para viabilizar o esquema. Ele teria se valido de familiares e pessoas próximas para operar o sistema, em um modelo de fraude altamente organizado e com ramificações em diversas regiões.
Durante a ação desta quarta-feira, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, todos expedidos pela Justiça Federal. Os alvos foram localizados em endereços ligados aos investigados, onde os agentes buscam provas adicionais da atuação criminosa.
De acordo com os órgãos envolvidos na operação, os prejuízos estimados aos cofres da Previdência ultrapassam R$ 3,5 milhões, valor que pode crescer à medida que a apuração avance. A PF informou ainda que os suspeitos poderão responder pelos crimes de associação criminosa, estelionato previdenciário, falsidade ideológica, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
O nome da operação, Serôdio, foi escolhido em alusão à natureza dos vínculos inseridos de forma retroativa e fora dos prazos legais, caracterizando o caráter tardio e irregular das informações.
As investigações continuam, com foco na identificação de outros possíveis envolvidos e na recuperação dos valores desviados indevidamente do sistema previdenciário.
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