
Homem de origem turca é investigado por atuar como facilitador logístico em rede internacional de tráfico de migrantes; operação teve apoio de agências dos EUA e da Ameripol.
Por Ana Raquel|GNEWSUSA
A Polícia Federal realizou, nesta quarta-feira (4), uma operação para reprimir o tráfico internacional de pessoas com foco no contrabando de migrantes. A ação resultou na prisão de um homem de nacionalidade turca, residente em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, além do cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
As investigações apontam que o suspeito fazia parte de um esquema transnacional que ajudava cidadãos da Turquia a entrarem ilegalmente nos Estados Unidos. De acordo com a PF, o homem atuava como elo logístico no Brasil, recebendo os migrantes, providenciando transporte e orientando o trajeto até países da América Central. A partir desses países, os estrangeiros seguiam até o México, de onde atravessavam clandestinamente a fronteira norte-americana.
A operação teve início após agentes de inteligência da Polícia Federal detectarem movimentações migratórias atípicas envolvendo estrangeiros turcos. Os dados indicavam que diversos indivíduos da mesma nacionalidade estavam utilizando o território brasileiro como ponto de passagem em direção aos EUA, em uma rota construída por redes de contrabando humano.
O esquema criminoso, segundo as investigações, envolvia o pagamento de cerca de R$ 20 mil por pessoa, cobrados pela “logística completa” do deslocamento. Durante a ação policial, os agentes encontraram com o suspeito uma arma de fogo e um computador, que foram apreendidos para perícia.
A operação contou com cooperação internacional, envolvendo a Ameripol (Comunidade Policial das Américas), além de duas agências dos Estados Unidos: a U.S. Customs and Border Protection (CBP) e a Homeland Security Investigations (HSI). Essas instituições confirmaram que todos os migrantes envolvidos no esquema já haviam sido interceptados pelas autoridades americanas ao tentarem entrar ilegalmente em solo norte-americano.
O investigado poderá responder por tráfico internacional de pessoas, associação criminosa e posse ilegal de arma de fogo. A PF segue com as diligências para identificar possíveis cúmplices e mapear toda a estrutura da rede de contrabando.
A cooperação entre países e o monitoramento de fluxos migratórios incomuns têm sido ferramentas essenciais no combate a esse tipo de crime, que coloca em risco a vida de migrantes e compromete a segurança nas fronteiras.
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