Brasil: Bolsonaro rompe o silêncio e acusa o sistema de perseguição mortal, “Querem me ver morto, não preso”

Ex-presidente afirma que setores do Judiciário tentam retirá-lo da vida pública e acusa Alexandre de Moraes de centralizar o poder político no Brasil. 

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

Em nova entrevista concedida nesta sexta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a denunciar aquilo que considera um cerco institucional sem precedentes contra sua atuação política. Segundo ele, o país vive hoje uma inversão de valores democráticos e uma escalada autoritária promovida por figuras do Judiciário que, em suas palavras, atuam “fora das quatro linhas da Constituição”.

“O sistema não quer me ver preso, o sistema quer me ver morto.” A frase, impactante, resume a gravidade da situação apontada pelo ex-presidente, que também afirmou que “quem governa o Brasil hoje é Alexandre de Moraes”, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro também afirmou que há um processo de intimidação dentro do Congresso Nacional, onde parlamentares estariam sendo pressionados a não avançar com a Lei da Anistia, mesmo já havendo quórum suficiente tanto na Câmara quanto no Senado. Segundo ele, a ameaça constante de que o Supremo Tribunal Federal possa declarar a medida inconstitucional tem paralisado a atuação do Legislativo e comprometido sua autonomia.

Em tom firme, Bolsonaro ressaltou que sua condenação não é jurídica, mas política. Ele entende que a tentativa de tirá-lo das eleições de 2026 já está em curso. “Querem me excluir do jogo porque sou o único que pode vencer Lula nas urnas”, disse, citando pesquisas que indicam sua competitividade.

Outro ponto destacado por Bolsonaro foi o julgamento que enfrentará em 20 de agosto. Para ele, o processo avança em velocidade anormal, sugerindo que a intenção é decretar sua prisão ainda naquela data. O ex-presidente classificou a situação como uma demonstração clara de que o ativismo judicial tomou o lugar da imparcialidade.

“O que está acontecendo no Brasil é semelhante ao que vimos na Venezuela,” declarou Bolsonaro, fazendo referência ao caso da opositora María Corina Machado, que foi declarada inelegível pelo regime de Nicolás Maduro. “Estão usando a toga como arma política,” completou.

Sobre as eleições de 2026, o ex-presidente afirmou que, neste momento, não pretende indicar nenhum nome para disputar a presidência em seu lugar, pois acredita que qualquer nome apoiado por ele será automaticamente perseguido e retirado da disputa. Ainda assim, reforçou: “Apesar de tudo, continuo sendo o candidato.”

Bolsonaro também comentou sobre o cenário internacional, destacando sua disposição em contribuir para a retomada do diálogo entre Brasil e Estados Unidos, especialmente com o presidente Donald Trump, com quem mantém relação direta.

Segundo afirmou, está pronto para atuar pessoalmente nesse esforço, caso tenha seu passaporte restituído pelas autoridades brasileiras.

A entrevista reforça o discurso de Bolsonaro em defesa da liberdade, da separação entre os Poderes e da soberania popular. Segundo ele, esses pilares estão sendo minados por decisões monocráticas e por um Judiciário que se transformou, na prática, em um agente político.

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