
Nova integração entre o SUS e planos de saúde permitirá acesso unificado ao histórico clínico, reduzindo custos, otimizando diagnósticos e promovendo continuidade no cuidado.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A partir de outubro de 2025, o Sistema Único de Saúde (SUS) passará a integrar, em uma única plataforma digital, os dados clínicos dos usuários atendidos tanto pela rede pública quanto pelos planos de saúde. A medida inédita permitirá mais eficiência no cuidado ao paciente, evitando, por exemplo, a repetição de exames, além de garantir acesso mais rápido e completo ao histórico médico.
A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), do SUS, passará a receber informações da saúde suplementar — hospitais, clínicas e laboratórios vinculados a convênios — por meio de uma parceria firmada entre o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Esses dados ficarão disponíveis para os profissionais e gestores do SUS e também para os próprios usuários, por meio do aplicativo Meu SUS Digital, com login via CPF.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a iniciativa representa um salto na qualidade do atendimento. “Com essa integração, o cuidado será mais eficiente, com menos desperdício de recursos e mais clareza nas decisões clínicas. É um avanço estratégico para o SUS e para a saúde pública como um todo”, afirmou.
A diretora-presidente da ANS, Carla de Figueiredo Soares, também celebrou a novidade, classificando-a como um marco histórico na governança digital do setor. “Pela primeira vez, o Brasil terá uma visão completa da saúde da população, considerando dados tanto da rede pública quanto da suplementar. Isso fortalece a capacidade de planejamento e de cuidado contínuo”, destacou.
Envio dos dados será gradual
A integração será feita em fases. Entre os dias 1º de agosto e 30 de setembro, os dados retroativos, de 2020 a 2025, serão enviados à RNDS. A partir de outubro, a transferência será automática, conforme os atendimentos forem sendo realizados.
Para os cidadãos, isso representa mais autonomia sobre seus dados de saúde. Já para os médicos e profissionais da rede pública, significa acesso rápido a informações importantes sobre os pacientes, independentemente de onde o tratamento começou.
Profissionais de saúde poderão acessar os dados por meio das plataformas SUS Digital Profissional e SUS Digital Gestor. A expectativa é que o volume de informações armazenadas na RNDS salte dos atuais 2,8 bilhões de registros para mais de 5,3 bilhões.
Segurança garantida
O sistema foi desenvolvido para operar em sentido único: os dados da saúde suplementar serão enviados para a plataforma do SUS, mas as informações da rede pública não serão compartilhadas com os planos de saúde, garantindo a privacidade dos cidadãos e a proteção das informações médicas.
Hospitais públicos já integrados ao sistema, como os da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), continuarão a fornecer dados de forma automatizada. Com a padronização dos prontuários eletrônicos e a ampliação da interoperabilidade, a tendência é que a digitalização do sistema de saúde brasileiro avance ainda mais.
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