Carla Zambelli é presa em apartamento em Roma após operação da PF com polícia italiana

Deputada com dupla cidadania estava há semanas na capital italiana; extradição será avaliada conforme tratados internacionais.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

Localizada em um apartamento na cidade de Roma, na Itália, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) por agentes italianos, em uma operação articulada com a Polícia Federal do Brasil. A ação encerra quase dois meses de busca por sua localização.

A movimentação das autoridades começou a partir de um alerta feito nas redes sociais pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que afirmou ter repassado o endereço da parlamentar. “Forneci o endereço à polícia, neste momento a polizia está identificando Zambelli”, publicou ele em sua conta no X (antigo Twitter).

O processo de detenção é fruto de uma cooperação internacional envolvendo Polícia Federal, Interpol e instituições italianas. A PF confirmou em nota: “A presa era procurada por crimes praticados no Brasil e será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário.”

A parlamentar havia deixado o Brasil no fim de maio, inicialmente rumo à Argentina, de onde embarcou para os Estados Unidos. Poucos dias depois, entrou em território italiano pelo aeroporto de Fiumicino, utilizando o passaporte europeu que possui por ter cidadania italiana.

A medida judicial que resultou na ordem de prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, já com a deputada fora do país. A determinação envolveu também a formalização do pedido de extradição e a comunicação ao presidente da Câmara sobre a perda de mandato, conforme previsto na Constituição.

No centro da condenação de dez anos de prisão imposta pelo STF, está a acusação de que Zambelli teria participado da invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com apoio do hacker Walter Delgatti. De acordo com a denúncia, a ação envolveu a emissão de alvarás e mandados falsos com o intuito de gerar instabilidade no Judiciário.

A sentença foi definida pela Primeira Turma do Supremo em 15 de maio, por decisão unânime. Desde então, a defesa da parlamentar buscou reverter a condenação, mas teve seus pedidos negados. O advogado Daniel Bialski, que cuidava do caso, retirou-se da defesa após Zambelli anunciar que havia deixado o Brasil.

Com o nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol — usada para foragidos internacionais —, a parlamentar agora deve enfrentar o trâmite de extradição, cuja conclusão depende da análise das autoridades italianas, com base no tratado bilateral com o Brasil. O processo pode levar tempo, envolvendo diferentes instâncias legais e diplomáticas.

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