Deyverson processa Atlético-MG e cobra R$ 1,5 milhão por dívida trabalhista

Foto: Reprodução.
Atacante, hoje no Fortaleza, exige pagamento de verbas rescisórias não quitadas; ação agrava crise financeira do clube, que já enfrenta cobranças de outros jogadores e clubes.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

A crise financeira do Atlético-MG ganhou mais um capítulo nesta semana. O atacante Deyverson, atualmente no Fortaleza, entrou com uma ação trabalhista contra a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube, cobrando R$ 1.504.928,90 em valores rescisórios. O processo foi protocolado na noite da última terça-feira (22) e distribuído à 19ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.

De acordo com a petição, Deyverson cobra o pagamento de R$ 919.833,83, referentes a dez parcelas rescisórias de R$ 91.983,38, que, segundo ele, não foram quitadas. O atacante pede o vencimento antecipado de todas as parcelas, com correção monetária.

Nesta quarta-feira (23), o juiz responsável pela ação solicitou esclarecimentos à defesa de Deyverson, sob pena de indeferimento do pedido.

Histórico com o clube

Contratado pelo Atlético-MG em agosto de 2024, Deyverson disputou 35 partidas, marcou oito gols e foi campeão mineiro em 2025. Em março deste ano, ele acertou sua transferência para o Fortaleza. No entanto, pendências financeiras com o ex-clube motivaram a ação.

Além disso, o Atlético ainda responde a outra cobrança relacionada ao jogador: o Cuiabá acionou a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) para receber cerca de R$ 4,5 milhões pela venda de Deyverson ao Galo, realizada em 2024.

Crise financeira se agrava

A situação do Atlético-MG se deteriorou nas últimas semanas. Na última terça-feira (22), o atacante Rony também entrou com pedido de rescisão unilateral de contrato, alegando atrasos no pagamento de FGTS, luvas e direito de imagem. Após conversa com a diretoria, o jogador recuou e desistiu da ação.

Outros atletas como Guilherme Arana, Gustavo Scarpa e Igor Gomes também notificaram o clube extrajudicialmente por pendências financeiras. Em resposta, a diretoria da SAF prometeu quitar os valores devidos até a próxima semana, após reunião com o elenco.

O balanço financeiro do clube, divulgado em maio, revelou um prejuízo de cerca de R$ 300 milhões em 2024 e uma dívida total de R$ 1,8 bilhão. No entanto, estudo do economista César Grafietti indica que o passivo pode chegar a R$ 2,3 bilhões, com prazo estimado de 19 a 22 anos para quitação.

Segundo Grafietti, o Atlético precisará de um aporte superior a R$ 500 milhões para reequilibrar as finanças. O clube busca novos investidores, mas também estuda um aporte direto dos atuais acionistas.

Mudanças na estrutura da SAF

Paralelamente, uma nova polêmica está em discussão interna: o presidente do Conselho Deliberativo, Ricardo Guimarães, convocou reunião para votar uma alteração na cláusula anti-diluição, que protege os 25% de participação da associação do clube na SAF. A proposta prevê a redução dessa fatia para até 10%, caso um novo investidor aporte ao menos R$ 200 milhões via aumento de capital.

Essa mudança abriria espaço para diluição da participação da associação atleticana, atualmente minoritária frente aos acionistas majoritários, entre eles Rafael e Rubens Menin.

O Atlético-MG, que já enfrenta cobranças de outros clubes por parcelas de contratações e dívidas com agentes e intermediários, busca uma solução rápida para evitar nova onda de ações judiciais e desvalorização institucional.

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