PF apreende pen drive na casa de Bolsonaro: Ex-presidente nega uso do dispositivo e denuncia perseguição

Foto: Pedro Ladeira.
Ex-presidente contesta apreensão de pen drive em sua residência e diz desconhecer o material. Defesa aponta abuso nas medidas do STF e tentativa de retirá-lo da cena política.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

Nesta sexta-feira (18), a Polícia Federal (PF) executou uma operação na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, durante a qual apreendeu um pen drive, um celular e uma quantia significativa em dinheiro.

Embora o conteúdo do dispositivo ainda precise ser analisado, o ex-presidente negou qualquer envolvimento com o pen drive e se disse surpreso com sua descoberta. Para Bolsonaro, a ação é mais uma tentativa de perseguição política.

A PF também encontrou uma cópia de uma petição contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em relação à plataforma de vídeos Rumble.

No entanto, Bolsonaro reiterou que jamais utilizou o pen drive e que não possui equipamentos em sua residência para abrir ou manipular um dispositivo como aquele.

“Eu nunca mexi em um pen drive na minha vida. Não tenho o equipamento necessário para isso. Essa é mais uma tentativa de me incriminar sem base concreta”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à imprensa, após ser monitorado por tornozeleira eletrônica, uma medida determinada pelo STF.

Medidas cautelares e perseguição política

Além da apreensão do pen drive, Bolsonaro foi alvo de medidas cautelares impostas pelo STF, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar à noite e nos finais de semana. A Procuradoria-Geral da República (PGR) justificou essas medidas como uma forma de evitar que Bolsonaro obstrua a justiça ou tente fugir do país.

No entanto, a defesa do ex-presidente contestou a alegação de risco de fuga, classificando as decisões como desproporcionais e baseadas em conjecturas infundadas.

“Essa é a quarta busca e apreensão em cima de mim. Nunca planejei fugir ou me esconder em uma embaixada. A suspeita é um exagero”, afirmou Bolsonaro, referindo-se à acusação de um suposto golpe de Estado.

O ex-presidente também se referiu ao inquérito como um “golpe de festim”, demonstrando indignação com as investigações e as ações judiciais que considera politicamente motivadas.

Polarização política e retorno ao cenário nacional

A operação de hoje é mais um episódio dentro da crescente polarização política no Brasil, com Bolsonaro no centro das discussões sobre a soberania nacional, a legitimidade do processo eleitoral de 2022 e as relações internacionais.

Nos últimos meses, o ex-presidente tem sido alvo de críticas por suas declarações sobre o sistema eleitoral e seu posicionamento em relação à interferência externa, como no caso das tarifas impostas pelos EUA durante a gestão do presidente Donald Trump.

A defesa de Bolsonaro reitera que ele sempre cumpriu com as determinações do Judiciário e que, até o momento, não há provas concretas que justifiquem a sequência de buscas e apreensões.

“O ex-presidente é uma figura pública e, até agora, não há nenhuma evidência de crime. A perseguição a ele é clara”, argumentam seus advogados, ressaltando que as ações são desproporcionais e visam manchar a imagem do ex-presidente para barrar seu retorno à política.

A reação de Bolsonaro e o futuro de seu legado

Apesar das acusações e das restrições impostas pelo STF, Bolsonaro se mantém firme em suas convicções, defendendo sua inocência e a legitimidade de suas posturas. Para ele, as ações movidas contra ele são uma tentativa de criminalizar suas opiniões políticas, em especial no que tange à defesa da soberania nacional e à sua postura em relação ao sistema eleitoral.

“Não me calarei. Não sou homem de fugir da luta. Esta é uma tentativa de me excluir da arena política, mas o povo sabe da minha integridade e do meu trabalho como presidente”, afirmou Bolsonaro, reafirmando seu compromisso com a verdade e com os valores que considera essenciais para o Brasil.

A polarização gerada por suas ações e declarações, além das investigações que ainda estão em andamento, aponta para um futuro político incerto para o ex-presidente. Embora Bolsonaro esteja inelegível até 2030, ele continua sendo uma figura central no debate político nacional.

O cenário político brasileiro continua dividido, e cada novo movimento de Bolsonaro tem grandes repercussões. As investigações, que se intensificam, podem redefinir seu futuro, mas ele permanece decidido a resistir a tudo o que considera uma tentativa de apagá-lo da história do país.

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