Saúde pública protegida: Anvisa mantém proibição do agrotóxico carbendazim no Brasil

Foto: Internet
Relatório confirma eficácia da medida e reforça necessidade de vigilância contínua para proteger a população e os trabalhadores rurais.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou, nesta segunda-feira (28), a continuidade da proibição do carbendazim, substância usada como ingrediente ativo em agrotóxicos no Brasil. A decisão foi baseada em um relatório técnico que avaliou os impactos da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 739/2022, que baniu o uso da substância devido a seus graves riscos à saúde humana.

Por que o carbendazim foi proibido

O carbendazim passou por reavaliação toxicológica iniciada em 2019, após evidências de que poderia causar:

  • Câncer (carcinogenicidade)

  • Danos genéticos (mutagenicidade)

  • Prejuízos à fertilidade

  • Malformações em fetos e recém-nascidos

A análise, conduzida por especialistas da Anvisa com base em dados nacionais e internacionais, concluiu que não é possível estabelecer níveis seguros de exposição ao produto. Por isso, o ingrediente foi classificado como presumivelmente cancerígeno, mutagênico e tóxico para a reprodução humana — todos na categoria de maior gravidade (1B).

Impactos positivos da medida

O relatório de Avaliação do Resultado Regulatório (ARR) demonstrou que a proibição teve impacto positivo e mensurável na saúde pública, com destaque para:

  • Redução de mais de 50% na presença de carbendazim em alimentos, comparando os ciclos de análise de 2018-2019 com os de 2022 a 2024.

  • Queda expressiva nas amostras de água contaminada: enquanto entre 2019 e 2021 o índice de detecção em água potável ultrapassava os 30%, em 2023 caiu para 0,2%.

  • Apesar das boas notícias, ainda há resíduos persistentes em algumas amostras — resultado do uso prolongado do carbendazim no passado e de seu precursor, o tiofanato-metílico, ainda permitido e sob reavaliação.

Trabalhadores rurais seguem como grupo mais vulnerável

Embora não tenham sido registradas notificações de intoxicação por carbendazim no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) em 2021 e 2022, a Anvisa alertou que pode haver subnotificação, especialmente devido ao impacto da pandemia de Covid-19 nos registros de agravos à saúde.

A agência reforçou a necessidade de ações educativas e de vigilância em saúde, com foco na proteção dos trabalhadores rurais, que continuam sendo os mais expostos aos riscos dos agrotóxicos.

Próximos passos

Com base nos resultados, a Anvisa optou por manter a RDC 739/2022 em vigor e recomendou o monitoramento contínuo da presença do carbendazim e seus derivados no meio ambiente e na cadeia alimentar.

Além disso, chamou atenção para a importância de revisar substâncias com riscos inaceitáveis à saúde, como o tiofanato-metílico, reforçando seu compromisso com a proteção da saúde pública brasileira.

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