
Novo projeto de lei aposta na verticalização das áreas já construídas para expandir a fabricação de imunizantes e, ao mesmo tempo, preservar e restaurar a Mata Atlântica.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Instituto Butantan, referência nacional na produção de vacinas, deu um passo importante rumo à ampliação sustentável de sua infraestrutura. Em audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo nesta terça-feira (5), a instituição apresentou um novo projeto de lei que visa aumentar a capacidade de produção de imunizantes sem comprometer áreas verdes preservadas em seu território.
A proposta substitui o plano anterior e prevê a verticalização de edificações já existentes na área fabril, eliminando a necessidade de desmatamento. Ao evitar o avanço sobre regiões de alta densidade arbórea, o Instituto reforça seu compromisso com a preservação ambiental e a saúde da população.
Expansão sem desmatamento e com recuperação ecológica
Com a nova proposta, o Butantan poderá construir ou ampliar estruturas essenciais para a produção de vacinas como a DTPa (Difteria, Tétano e Coqueluche), HPV (Papilomavírus Humano) e um novo edifício voltado ao envase e liofilização de imunizantes. Tudo isso será feito exclusivamente em áreas onde já existem edificações, garantindo que a vegetação nativa da Mata Atlântica seja preservada.
Como contrapartida ambiental, o Instituto anunciou o maior plano de restauração ecológica de sua história: o plantio de mais de 9 mil árvores nativas na área interna e no entorno da instituição. A iniciativa busca restaurar ecossistemas comprometidos por espécies invasoras e fortalecer a biodiversidade local, beneficiando não só a comunidade científica, mas também os moradores da cidade de São Paulo.
Redução de impactos ambientais e fortalecimento do SUS
Com a mudança no projeto, cai por terra a estimativa anterior que previa a supressão de até 6.600 árvores. As novas construções ocorrerão em espaços com baixa densidade arbórea, onde predominam espécies exóticas, e o novo estudo de impacto ambiental será conduzido com supervisão dos órgãos competentes e do Ministério Público.
O projeto se alinha ao Plano Diretor da cidade e ao Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com apoio do Governo Federal, do Ministério da Saúde e da gestão estadual, visando ampliar a oferta de vacinas e imunobiológicos fornecidos gratuitamente à população brasileira pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Essa proposta beneficiará a todos. Por um lado, mantemos nosso compromisso de ampliar o acesso da população brasileira à saúde, com a produção de vacinas, soros e imunobiológicos que salvam vidas todos os dias por meio do SUS. Por outro, vamos preservar e recuperar a Mata Atlântica do Instituto Butantan”, declarou Esper Kallás, diretor do Instituto.
Compromisso com o futuro
O Butantan é um dos principais centros de pesquisa biomédica do país, e sua modernização é fundamental para garantir a autossuficiência nacional na produção de imunizantes, especialmente diante de possíveis futuras pandemias.
Ao optar por um modelo de expansão sustentável, o Instituto reforça seu papel de liderança não apenas em saúde pública, mas também na conservação ambiental, mostrando que desenvolvimento científico e preservação podem — e devem — caminhar juntos.
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