Carga milionária seria fruto de garimpo ilegal e tinha possível destino internacional; investigação da PF tenta identificar a rota do crime.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Boa Vista/RR – Uma operação conjunta entre forças de segurança resultou na maior apreensão de ouro da história da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na última segunda-feira (4/8), agentes interceptaram mais de 100 quilos de barras de ouro puro, avaliados em mais de R$ 60 milhões, durante uma abordagem de rotina na BR-174, no estado de Roraima.
O metal precioso, que estava escondido em um fundo falso de uma caminhonete, foi descoberto após o condutor apresentar sinais de nervosismo e contradições ao explicar os motivos da viagem. Diante da suspeita, os policiais realizaram uma vistoria minuciosa no veículo, que culminou na descoberta do compartimento oculto repleto de barras de ouro.
Ouro escondido valia mais de R$ 60 milhões
De acordo com estimativas baseadas na cotação atual do ouro no mercado financeiro — em torno de R$ 600 por grama —, o lote apreendido equivale a mais de R$ 61 milhões. A carga totalizava 103,35 kg, o que revela o alto poder de lucro do garimpo ilegal e das operações de contrabando transfronteiriço.
O motorista do veículo, Bruno Mendes de Jesus, foi preso em flagrante. A Polícia Federal assumiu a investigação do caso e trabalha com a hipótese de que o ouro tenha sido extraído de forma clandestina no estado de Rondônia, com destino final em países vizinhos como Venezuela ou Guiana, onde redes de comercialização clandestina atuam com frequência.
Rota internacional do ouro ilegal
Segundo autoridades, o carregamento indica a atuação de organizações criminosas transnacionais envolvidas com a exploração ilegal de recursos naturais na região amazônica. “Estamos diante de um caso grave, com alto impacto ambiental e financeiro, que se conecta a outros crimes como lavagem de dinheiro e evasão de divisas”, explicou um delegado da PF envolvido nas investigações.
O metal foi transferido sob escolta pesada para um cofre da Polícia Federal em Boa Vista. Caso fique comprovada a origem ilícita do ouro, ele poderá ser repassado à União ou vendido em leilão público após decisão judicial.
O impacto do garimpo ilegal
Além das perdas financeiras, o caso reacende o alerta para os danos causados pela mineração ilegal na Amazônia. A extração clandestina de ouro contribui para o desmatamento, contaminação de rios com mercúrio, e exploração de comunidades locais, inclusive indígenas.
A operação reforça o compromisso das autoridades brasileiras no combate ao crime ambiental e financeiro que afeta gravemente o ecossistema amazônico e a economia nacional.
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