Esquema bilionário atinge aposentados, afasta dirigentes e abre frente política no Congresso.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu redistribuir a investigação sobre fraudes bilionárias no INSS. A medida foi determinada pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, após pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para que o ministro Dias Toffoli deixasse a relatoria. O caso passa agora para o ministro André Mendonça, indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A mudança ocorreu porque surgiram menções a autoridades com foro privilegiado, exigindo que parte do inquérito permaneça no Supremo.
Em 23 de abril, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Sem Desconto, identificando descontos ilegais em aposentadorias e pensões. O escândalo levou ao afastamento de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS e filiado ao PDT, além de Carlos Lupi, também do PDT e então ministro da Previdência. Ambos são ligados a partidos da base governista de esquerda.
Segundo as apurações, sindicatos e associações de aposentados, em parceria com servidores do INSS, participaram diretamente das fraudes. Na operação, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão em diversos estados.
O INSS calcula que os aposentados e pensionistas tiveram perdas de cerca de R$ 3,3 bilhões. O órgão agora busca formas de ressarcir as vítimas, em meio a duras críticas à gestão que permitiu o avanço das irregularidades.
A Polícia Federal identificou o esquema após meses de investigação detalhada e acionou o STF diante da presença de autoridades com foro privilegiado.
O caso já tem repercussões no Congresso Nacional. Na semana passada, foi criada uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o escândalo. A oposição venceu a votação por 17 a 14 e garantiu tanto a presidência quanto a relatoria da comissão. Os trabalhos começam nesta terça-feira (26) e prometem aumentar a pressão sobre o governo.
Com o inquérito agora sob relatoria de André Mendonça, ministro indicado por Bolsonaro, a investigação seguirá em duas frentes: no STF, para os casos que envolvem autoridades com foro, e nas instâncias inferiores, para os demais investigados. O avanço das apurações poderá não apenas responsabilizar criminalmente os envolvidos, mas também expor falhas graves na gestão da esquerda à frente da Previdência.
Leia mais
Vini Jr. entra no segundo tempo, dá show e comanda triunfo do Real Madrid sobre o Oviedo
Ancelotti divulga lista de convocação da seleção e surpreende ao deixar Neymar de fora
Faça um comentário