Lula se recusa a falar com Trump após tarifas dos EUA e diz que não vai “se humilhar”

Em meio à crise comercial, presidente do Brasil reage com orgulho ferido e ataques a Trump e Bolsonaro, mas evita anunciar retaliações concretas.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

Enquanto o governo dos Estados Unidos impõe tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece mais preocupado em proteger seu orgulho do que em buscar soluções efetivas para o país. Em vez de negociar diretamente com Donald Trump, Lula insiste em esperar que “a sua intuição” diga que o presidente norte-americano esteja disposto a conversar, afirmando:

“Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar.”

Esse posicionamento, que soa como uma recusa a qualquer tentativa de diálogo, ocorre enquanto o Brasil sofre com as consequências econômicas da medida, que atinge setores estratégicos e representa uma barreira comercial importante. Apesar do impacto, Lula não anuncia retaliações concretas e se limita a dizer:

“O que nós não estamos encontrando é interlocução,” citando os esforços do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro da Fazenda Fernando Haddad e do chanceler Mauro Vieira.

Adotando um discurso de autossuficiência, ele afirma que o país vai simplesmente buscar outros mercados, desconsiderando a relevância dos Estados Unidos para a balança comercial brasileira:

“Se os Estados Unidos não querem comprar, nós vamos procurar outro para vender; se a China não quiser comprar, nós vamos procurar outro para vender. Se qualquer país que não quiser comprar, a gente não vai ficar chorando que não quer comprar, nós vamos procurar outros.”

Lula ainda criticou a postura norte-americana, relacionando as tarifas à política interna brasileira:

“Essas atitudes antipolíticas, anticivilizatórias, é que colocam problemas numa relação, que antes não existia. Nós já tínhamos perdoado a intromissão dos Estados Unidos no golpe de 1964. Mas essa não é uma intromissão pequena, é o presidente da República dos Estados Unidos achando que pode ditar regras para um país soberano como o Brasil. É inadmissível.”

Na mesma linha, voltou a acusar Bolsonaro, dizendo que:

“Bolsonaro deveria ser julgado também por provocar a intervenção de Trump.”

Apesar do tom contundente contra Trump e Bolsonaro, Lula não apresentou soluções claras, limitando-se a prometer ajuda sem detalhes:

“Nós temos que criar condições de ajudar essas empresas. Nós temos a obrigação de cuidar da manutenção dos empregos das pessoas que trabalham nessas empresas. Nós temos a obrigação de ajudar essas empresas a procurar novos mercados para os produtos delas. E nós temos a preocupação de convencer os empresários americanos a brigarem com o Presidente Trump para que possam flexibilizar.”

Por fim, anunciou que buscará aliados no grupo Brics para uma resposta internacional e prometeu mudanças na política nacional dos minerais, sem, contudo, esclarecer como:

“Vamos mudar esse histórico que não serve mais ao Brasil.”

Enquanto o governo dos EUA avança com medidas que atingem diretamente a economia brasileira, Lula mantém discursos nacionalistas e evita o diálogo direto com Washington. Na prática, a falta de ações concretas e a resistência em negociar deixam o país vulnerável e sem protagonismo num momento em que o Brasil precisava mostrar firmeza e competência.

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