
Deputado afirma que lei americana já afeta ministros e que Moraes pode estar próximo de enfrentar impeachment no Senado.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A permanência de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal pode estar com os dias contados. Segundo o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), o ministro estaria refletindo seriamente sobre a possibilidade de deixar a Corte antes de setembro — e o motivo seria o temor de ser atingido pelas sanções da Lei Magnitsky, a mesma que já atingiu Alexandre de Moraes na semana passada.
Nikolas enfatiza o clima de tensão nos bastidores do STF e ironizou a atitude do presidente da Corte: “Está com medo da Magnitsky”, afirmou o parlamentar mineiro, sugerindo que o receio de perder o acesso e os bens nos Estados Unidos tem pesado nas decisões de Barroso.
Diferente de outros membros do Supremo, Barroso possui laços estreitos com os EUA. Além de ter um imóvel registrado em Miami, ele costuma participar de eventos e ciclos acadêmicos em instituições como Harvard, mantendo uma agenda internacional ativa. As restrições impostas pela legislação americana poderiam dificultar, ou até inviabilizar, esse estilo de vida.
A chamada Lei Magnitsky permite aos EUA aplicar punições severas a indivíduos acusados de envolvimento com corrupção ou abusos contra os direitos humanos. No dia 30 de julho, foi a vez de Alexandre de Moraes ser oficialmente incluído na lista de sancionados — uma decisão que repercutiu fortemente tanto em Brasília quanto no exterior.
A movimentação dentro do STF tem refletido esse impacto. Informações de bastidores apontam que Barroso não se sente confortável com os rumos que a Corte tem tomado, especialmente em relação às decisões antecipadas de Moraes nos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O julgamento está previsto para setembro, mas já há críticas de que medidas foram tomadas antes mesmo da análise colegiada do caso.
Senado pressionado a agir contra Moraes
Enquanto isso, a oposição no Congresso acelera os passos para levar Alexandre de Moraes a um processo de impeachment. Nikolas Ferreira foi direto ao dizer que o movimento está muito perto de ser formalizado:
“Vamos pra cima que ele vai cair”, disse o deputado em vídeo publicado nas redes sociais de Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara.
De acordo com Nikolas, falta apenas uma assinatura para que o pedido seja protocolado no Senado, onde a análise depende exclusivamente do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP). A pressão sobre o Senado é crescente, especialmente após as sanções dos EUA, que deram novo combustível ao discurso de que o STF estaria ultrapassando os limites constitucionais.
Para parlamentares como Nikolas, a movimentação internacional reforça a legitimidade das críticas que já vinham sendo feitas internamente. A entrada de Moraes na lista da Lei Magnitsky é vista como um marco simbólico da deterioração institucional e pode abrir espaço para uma reação mais firme do Congresso.
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