
As informações são da segunda edição da Pesquisa de Vitimização e Percepção da Segurança Pública no Brasil, realizada pelo Datafolha e encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Nos últimos 12 meses, mais de 32 milhões de brasileiros — o equivalente a 19,1% da população com 16 anos ou mais — foram ameaçados ou chantageados por criminosos que usaram informações pessoais deles ou de familiares para exigir dinheiro. O prejuízo estimado chega a R$ 24,2 bilhões.
O dado faz parte da Pesquisa de Vitimização e Percepção da Segurança Pública no Brasil, elaborada pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento entrevistou 2.007 pessoas em 130 municípios, entre 2 e 6 de junho de 2025, com margem de erro de dois pontos percentuais.
Golpes em alta, roubos em queda
Enquanto os roubos presenciais vêm diminuindo, os golpes digitais dispararam. Segundo o estudo, 46,4 milhões de brasileiros relataram ter recebido mensagens ou ligações falsas de centrais de segurança no último ano — uma média de 5.300 tentativas por hora no país.
Entre os crimes patrimoniais relatados:
- 36,3% sofreram tentativa de golpe virtual (com ou sem prejuízo);
- 33,4% foram vítimas de fraude digital com perdas financeiras diretas;
- 31,4% tiveram dados ou identidade expostos;
- 28,8% desconfiam que foram alvo de fraude.
Já entre os crimes presenciais:
- 11,1% disseram ter sido roubados ou assaltados;
- 9,6% receberam notas falsas;
- 9,3% tiveram celular furtado ou roubado;
- 0,8% foram vítimas de sequestro-relâmpago.
O roubo de celular é apontado como um dos fatores que ampliam a vulnerabilidade: quem perde o aparelho tem quase quatro vezes mais chance de cair em golpes digitais.
O perfil das vítimas
A pesquisa mostra ainda que pessoas de renda mais alta são mais visadas por golpes digitais. Entre os que sofreram roubo, 25,2% relataram uso de arma de fogo. O prejuízo médio de quem perdeu o celular chega a R$ 1.700 por vítima, somando R$ 26,7 bilhões no país.
Outro destaque é o crescimento dos estelionatos: em 2024, o Brasil registrou 2,16 milhões de casos, o equivalente a 247 por hora. Muitos desses golpes envolvem Pix, boletos falsos ou até fraudes em nome das próprias vítimas.
Segundo a pesquisa:
- 11,4% da população (cerca de 19,2 milhões de pessoas) foi vítima de golpes em que o criminoso se passou por ela;
- 7% tiveram perfis em redes sociais ou aplicativos de mensagens bloqueados ou clonados.
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