
Estudo da OMS e do Unicef mostra que populações rurais, minorias e crianças em países pobres são as mais afetadas; desigualdade ameaça cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
Um quarto da população mundial ainda não tem acesso à água potável, revelou relatório conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgado nesta terça-feira (26). O documento mostra que 2,1 bilhões de pessoas consomem água insegura — 106 milhões delas diretamente de fontes não tratadas — e 3,4 bilhões seguem sem saneamento básico seguro. A falta desses serviços essenciais agrava o risco de doenças, exclusão social e amplia as desigualdades globais.
As populações mais afetadas
O levantamento mostra que os impactos recaem principalmente sobre populações que vivem em países de baixa renda, em áreas rurais, contextos frágeis, comunidades indígenas e grupos étnicos minoritários. Crianças estão entre as mais prejudicadas, já que a ausência de saneamento e água potável compromete diretamente sua saúde, educação e desenvolvimento.
Dados alarmantes
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Água potável: 2,1 bilhões de pessoas sem acesso, sendo 106 milhões consumindo diretamente de rios, lagos ou poços inseguros.
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Saneamento: 3,4 bilhões sem instalações seguras, incluindo 354 milhões que ainda praticam defecação a céu aberto.
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Higiene: 1,7 bilhão sem serviços básicos em casa.
Apesar de avanços em áreas rurais — onde o acesso à água potável passou de 50% para 60% entre 2015 e 2024 e a higiene básica de 52% para 71% —, as zonas urbanas permanecem em estagnação. Nos países menos desenvolvidos, a probabilidade de não ter água potável ou saneamento é mais que o dobro da observada em nações de maior renda, e o triplo no caso da higiene.
Impactos sociais e de saúde
A ausência de saneamento básico e de água tratada intensifica a disseminação de doenças como diarreia, cólera e parasitoses, afetando especialmente crianças. O relatório também destaca desigualdades no acesso a condições adequadas de higiene menstrual, já que em diversos países muitas mulheres não dispõem de absorventes em quantidade suficiente ou de locais apropriados para cuidados durante o período.
Promessa cada vez mais distante
Entre 2000 e 2024, houve avanços: 2,2 bilhões de pessoas passaram a ter acesso à água potável e 2,8 bilhões ao saneamento. No entanto, com o aumento da população global de 6,2 bilhões para 8,2 bilhões no mesmo período, os números ainda são insuficientes para garantir a universalização.
De acordo com o relatório, no ritmo atual, a meta da Agenda 2030 da ONU de assegurar acesso universal a água potável e saneamento básico está cada vez mais distante de ser alcançada.
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