
Atacante do Flamengo será julgado no dia 4 de setembro pela Justiça Desportiva, enquanto o Superior Tribunal de Justiça avalia, um dia antes, pedido para anular investigação criminal
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) no próximo dia 4 de setembro, às 9h, no Rio de Janeiro. Ojogador responde por supostamente ter forçado um cartão amarelo para beneficiar apostadores durante partida contra o Santos, em novembro de 2023, no Mané Garrincha. Se condenado, o jogador pode ser suspenso por até dois anos.
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria do STJD com base em investigação da Polícia Federal, que revelou trocas de mensagens entre Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior. O conteúdo das conversas sugere que o atleta informou previamente que tomaria o cartão.
A ação teria resultado em apostas suspeitas, que chamaram atenção de casas de apostas esportivas devido ao volume incomum de dinheiro investido no evento específico do cartão.
Além de Bruno Henrique, foram denunciados o irmão dele e três amigos: Andryl Sales Nascimento dos Reis, Claudinei Vitor Mosquete Bassan e Douglas Ribeiro Pina Barcelos. Já Ludymilla Araújo Lima (esposa de Wander) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima do jogador), que também apostaram, não foram incluídas na denúncia desportiva.
Bruno Henrique foi enquadrado em diversos artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD):
- Art. 243, §1º (agir de forma prejudicial à equipe mediante promessa de vantagem);
- Art. 243-A (influenciar resultado de partida de forma antiética);
- Art. 184 (acúmulo de infrações);
- Art. 191, III (descumprimento de regulamento);Além do artigo 65 do Regulamento Geral de Competições da CBF. As punições possíveis vão desde suspensões entre 12 e 24 jogos ou de 360 a 720 dias, até multas que podem chegar a R$ 100 mil.
Apesar das acusações, o jogador segue atuando normalmente pelo Flamengo e deve ser relacionado para o jogo contra o Grêmio no próximo domingo. No último fim de semana, ele marcou gol na goleada por 8 a 0 sobre o Vitória, pelo Brasileirão.
A defesa do atleta nega qualquer tentativa de manipulação. Em nota anterior, os advogados afirmaram que o cartão foi aplicado em um lance em que sequer houve falta e consideram a denúncia infundada. A mesma acusação, segundo a defesa, já havia sido arquivada anteriormente pelo próprio STJD.
Além do julgamento esportivo, Bruno Henrique também responde na esfera criminal. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisará, no dia 2 de setembro, um recurso da defesa que tenta anular o processo na Justiça Comum. A alegação é de que o caso deveria ter sido conduzido pela Justiça Federal, e não pela do Distrito Federal, onde o jogador foi tornado réu.
O recurso julgado será um agravo regimental, após a negativa de habeas corpus por decisão monocrática do ministro Joel Ilan Paciornik. A defesa pede a nulidade de todos os atos processuais desde o início da investigação.
A denúncia criminal foi formalizada em junho pelo Ministério Público do Distrito Federal, com base em investigação da Polícia Federal. O inquérito reuniu conversas extraídas do celular de Wander Nunes que, segundo os investigadores, confirmam a comunicação prévia com Bruno Henrique sobre a aplicação do cartão.
Um dos envolvidos, Douglas Barcelos, firmou acordo com o MP, admitiu saber da conduta e foi condenado a pagar multa e prestar serviços comunitários.
Bruno Henrique nega as acusações desde o início e afirma que jamais participou de qualquer tipo de manipulação de resultado ou aposta irregular.
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