Surto de sarampo avança nas Américas e acende alerta da ONU

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OPAS pede que países ampliem cobertura vacinal para 95% após 10 mil casos e 18 mortes em 2025, número 34 vezes maior que o registrado no mesmo período de 2024.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) soou o alarme sobre o avanço do sarampo nas Américas e recomendou que todos os países da região ampliem a vacinação para pelo menos 95% da população com duas doses. O alerta veio após a confirmação de 10.139 casos e 18 mortes até 8 de agosto, um aumento de 34 vezes em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a agência da ONU, 71% das infecções ocorreram em pessoas não vacinadas. Outros 18% dos pacientes tinham situação vacinal desconhecida, o que reforça a preocupação com a baixa adesão às campanhas.

Casos se espalham pelo continente

De acordo com a OPAS, os surtos estão diretamente ligados à queda na cobertura vacinal. Em 2024, a aplicação da primeira dose da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) atingiu 89% nas Américas, enquanto a segunda dose ficou em apenas 79%, níveis abaixo dos 95% necessários para evitar novos surtos.

O México concentra o maior número de mortes (14), seguido pelos Estados Unidos (3) e Canadá (1). No Brasil, foram 17 casos confirmados, sendo 16 no Tocantins, associados a surtos regionais. Nos EUA, a doença se espalhou em 41 distritos, sobretudo em comunidades menonitas subvacinadas, embora não tenham sido registrados novos casos no Texas e no Novo México desde o final de julho.

Recomendações da OPAS

A agência pede que os governos reforcem a resposta rápida a surtos, ampliem as estratégias de vacinação — passando de campanhas seletivas para ações em massa —, e envolvam comunidades em risco para combater a hesitação vacinal.

Outro ponto destacado foi a necessidade de vacinar crianças de 6 a 11 meses em áreas de surto ativo, mesmo fora do calendário de rotina. A OPAS, porém, não recomenda restrições de viagem neste momento, mas orienta turistas a manterem a vacinação em dia antes de visitar regiões com casos ativos.

Risco de retrocesso

O continente havia alcançado um marco histórico em 2016, quando interrompeu a transmissão endêmica do sarampo. Entretanto, os surtos na Venezuela e no Brasil em 2018 e 2019 colocaram em risco esse avanço, até que ambos os países recuperaram o status de eliminação em 2023 e 2024.

A manutenção desse controle, no entanto, segue como um grande desafio, já que o vírus continua a circular em outras partes do mundo e encontra terreno fértil em grupos resistentes à vacinação.

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