
De identidades forjadas a investimentos fantasmas, Marianne Smyth construiu uma teia internacional de fraudes que enganou famílias, atravessou fronteiras e agora pode levá-la a até 10 anos de prisão
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Marianne Smyth, cidadã americana de 46 anos, foi considerada culpada por um elaborado esquema de fraudes e roubos na Irlanda do Norte. Apresentando-se como uma rica herdeira irlandesa, ela conseguiu enganar diversas vítimas entre março de 2008 e outubro de 2010, acumulando ganhos ilícitos superiores a 115 mil libras esterlinas — o equivalente a cerca de US$ 155 mil ou R$ 839 mil na cotação atual.
A estratégia criminosa de Smyth envolvia sofisticação e frieza. Atuando como consultora de hipotecas, persuadiu um casal a aplicar 20 mil libras em uma suposta conta de poupança de alto rendimento no Commonwealth Bank da Austrália, instituição que, na verdade, jamais existiu. Em outro golpe, convenceu um segundo casal a entregar 72 mil libras para a compra de um imóvel fictício, apresentando até documentos falsificados, incluindo recibos de aluguel de inquilinos que nunca existiram. Nenhuma dessas transações, evidentemente, se concretizou.
A história da americana é marcada por um ciclo constante de enganações. Ela chegou à Irlanda do Norte em 2002, após conhecer um funcionário dos correios por meio de um site de relacionamentos. Antes disso, já havia acumulado duas condenações por fraude nos Estados Unidos.
Para sustentar sua rede de golpes, assumiu múltiplas identidades falsas ao longo dos anos — entre elas Lucia Belia, Marianne Clarke, Marianne Welch, Mair Ellis e Marianne Andle — e espalhou suas fraudes por diferentes estados americanos antes de expandir para o território europeu.
Depois de ser extraditada dos EUA, Smyth foi formalmente acusada de três crimes de roubo e três de fraude por abuso de posição. Sua sentença está marcada para 16 de outubro e poderá resultar em até 10 anos de prisão.
O caso ganhou repercussão internacional graças ao produtor de reality shows Johnathan Walton, de Los Angeles, que também caiu na rede de Smyth e perdeu mais de US$ 63 mil. Decidido a expor a golpista, ele investigou sua trajetória e transformou sua experiência no podcast “Queen of the Con”, cuja primeira temporada foi dedicada exclusivamente a desvendar as táticas da autoproclamada “herdeira” — uma mulher que fez da mentira o seu verdadeiro patrimônio.
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