Afeganistão enfrenta riscos de surtos e doenças, após terremoto

Foto: Getty Images
Mais de 3,6 mil feridos e 6,7 mil casas destruídas; ONU alerta para aumento de malária, sarampo e diarreia em abrigos superlotados e sem acesso adequado à água potável
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

O Afeganistão enfrenta uma crise humanitária crescente após o terremoto de magnitude 6,0 que atingiu o leste do país em 31 de agosto. Até agora, autoridades confirmam 2.025 mortos, 3.640 feridos e 6.750 casas destruídas, principalmente nas províncias de Kunar, Nangarhar e Laghman. Enquanto famílias enlutadas lidam com traumas e insônia, a ameaça de novos tremores e de surtos de doenças preocupa organizações internacionais.

Tremores secundários e destruição

Na quinta-feira (4), um abalo de 4,7 na escala Richter voltou a atingir Nangarhar, reforçando o medo da população que já perdeu familiares e lares. Segundo a ONU, o desastre é considerado um dos piores terremotos da história recente do país, deixando milhares de pessoas desabrigadas e sem acesso a serviços básicos.

Estradas e pontes danificadas dificultam a chegada de ajuda. Em várias áreas, trabalhadores humanitários precisam caminhar horas a pé para alcançar vilarejos isolados.

Risco elevado de doenças

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o risco de surtos é alto nas áreas atingidas. A malária é endêmica na região, e casos de dengue, sarampo e diarreia aguda já eram frequentes antes do desastre.

Abrigos improvisados, falta de saneamento adequado, água contaminada e gestão precária de resíduos ampliam a ameaça de transmissão de doenças. Além disso, a destruição de dezenas de fontes de água agrava a escassez de um recurso essencial para a sobrevivência das comunidades.

Mulheres e meninas em situação crítica

O impacto do terremoto atinge de forma desproporcional mulheres e meninas. De acordo com a ONU, muitas não conseguem buscar ajuda médica devido às restrições de deslocamento impostas pelo regime Talibã, que exige a presença de um guardião masculino.

A falta de privacidade nos locais de atendimento também desencoraja a procura por serviços de saúde, deixando essa parcela da população ainda mais vulnerável.

Ação humanitária da ONU

Equipes da ONU e parceiros já avaliaram 25 vilarejos afetados e enviaram 20 equipes móveis de saúde para atender a população. Além disso, seis toneladas de biscoitos energéticos foram distribuídas para garantir alimentação emergencial às famílias desabrigadas.

A OMS está inspecionando 11 unidades de saúde que sofreram danos e precisam de reabilitação para retomar os serviços. Já o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) concentra esforços no apoio às crianças, que além de perderem suas casas, enfrentam traumas emocionais e riscos de doenças.

Reconstrução e desafios

Apesar dos esforços internacionais, a recuperação deve ser lenta e desafiadora. As equipes de ajuda humanitária destacam que o acesso a água potável, atendimento médico e suporte psicossocial são prioridades urgentes para evitar que a tragédia seja agravada por surtos e mortes evitáveis nas próximas semanas.

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