Contra cartéis de drogas, EUA reforçam operações no Caribe com envio de caças F-35

Moradores e autoridades locais relatam tensão crescente na região enquanto caças e navios americanos se aproximam da costa venezuelana

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

O governo dos Estados Unidos determinou nesta sexta-feira (5) o envio de 10 caças F‑35 para a base aérea de Porto Rico, com o objetivo de apoiar operações contra cartéis de drogas que atuam na região do Caribe. A medida ocorre em meio a uma escalada de tensões com a Venezuela, após o sobrevoo de caças venezuelanos sobre o destróier norte-americano USS Jason Dunham e o recente ataque a um barco suspeito de transportar drogas da Venezuela, que resultou em 11 mortes.

Moradores de ilhas próximas ao Caribe relatam um clima de apreensão e preocupação com a movimentação de aeronaves e navios de guerra, enquanto autoridades locais afirmam que a presença militar aumenta a tensão e a insegurança na região.

Segundo fontes do governo americano, os F‑35 devem chegar até o final da próxima semana e atuarão em conjunto com uma força naval já posicionada na região, composta por sete navios de guerra, um submarino nuclear e aeronaves de reconhecimento. O objetivo declarado é combater organizações classificadas pelos EUA como narco-terroristas.

O envio dos caças ocorre em um momento delicado, em que a presença militar americana já se faz sentir próximo à costa venezuelana. O Departamento de Defesa americano considerou o sobrevoo dos caças F‑16 venezuelanos sobre o USS Jason Dunham como uma provocação significativa, reforçando a necessidade de uma resposta estratégica.

Em comunicado, o Pentágono advertiu que “o cartel que controla a Venezuela não deve, de forma alguma, tentar interferir nas operações militares americanas contra o narcotráfico e o terrorismo”. Além disso, autoridades afirmam que a ação norte-americana visa prevenir obstruções e proteger a segurança das operações em curso.

O presidente Donald Trump acusou Nicolás Maduro de controlar diretamente a gangue Tren de Aragua, considerada terrorista pelos EUA, responsabilizando-o por crimes como tráfico de drogas, tráfico sexual e assassinatos em massa. O governo americano também apontou Maduro como líder do Cartel de los Soles, uma rede complexa que envolve militares e políticos venezuelanos, responsável por facilitar o tráfico internacional de entorpecentes.

Analistas internacionais destacam que, embora a estrutura do Cartel de los Soles não siga uma hierarquia tradicional, sua atuação demonstra a existência de uma governança criminal híbrida, com Maduro como beneficiário direto. A escalada de tensões reflete o clima instável no sul do Caribe, com potenciais impactos diplomáticos e de segurança para toda a região.

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