A Rússia lançou na madrugada deste domingo (7) o maior ataque aéreo desde o início da guerra na Ucrânia, disparando mais de 800 drones e 13 mísseis contra Kiev e outras regiões. Segundo autoridades locais, ao menos cinco pessoas morreram, entre elas um bebê e mais de 20 ficaram feridas.
Pela primeira vez, um prédio oficial do governo ucraniano foi atingido: o gabinete de ministros, no distrito histórico de Pechersky, em Kiev. O ataque provocou incêndio e deixou o edifício parcialmente destruído, com fumaça visível a quilômetros de distância.
Além da capital, as cidades de Zaporizhzhia, Kryvyi Rih, Odessa, Sumy e Tchernihiv também registraram bombardeios. Em Zaporizhzhia, uma pessoa morreu e 17 ficaram feridas; em Kiev, destroços de drones destruíram um prédio residencial e causaram a morte de um bebê de três meses.
Reação da Ucrânia
O presidente Volodymyr Zelensky classificou o ataque como “crime deliberado” e voltou a cobrar dos aliados o envio de sistemas de defesa aérea. “Esses assassinatos mostram o prolongamento da guerra quando a diplomacia já deveria ter começado”, disse em rede social.
A primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, faz uma selfie dentro do prédio do governo atingido por um ataque russo – Yulia Svyrydenko no Facebook .
A primeira-ministra Yulia Svyrydenko afirmou que os prédios atingidos serão restaurados, mas que “vidas perdidas não podem ser recuperadas”, pedindo uma resposta mais firme da comunidade internacional.
Resposta da Rússia
Moscou confirmou a ofensiva e declarou que os alvos foram fábricas de armamentos, arsenais, aeródromos e infraestrutura de transporte militar. O Ministério da Defesa também alegou ter mirado em bases de lançamento de drones e mercenários estrangeiros.
De acordo com a Força Aérea ucraniana, foram neutralizados 747 drones e quatro mísseis. Ainda assim, 37 localidades sofreram impactos, incluindo oito áreas civis.
Repercussão internacional
O presidente da França, Emmanuel Macron, condenou a ação e disse que a Rússia “aprofunda sua lógica de guerra e terror”. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou o ataque como “covarde” e acusou Vladimir Putin de “não estar sério sobre a paz”.
Nos EUA, o presidente Donald Trump expressou frustração com Moscou, mas evitou anunciar novas sanções, afirmando que trabalha em garantias de segurança para a Ucrânia dentro das negociações de cessar-fogo.
Cenário do conflito
O ataque acontece dias após líderes europeus discutirem em Paris a criação de um plano de garantias de segurança no pós-guerra. A Rússia, no entanto, reagiu dizendo que tropas estrangeiras seriam tratadas como “alvos legítimos” e reforçou que só aceitará interromper a invasão se Kiev recuar de territórios na região de Donetsk.
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