Enquanto policiais enfrentam facções fortemente armadas, decisões políticas e restrições judiciais travam o combate ao crime e ampliam o domínio das favelas
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A megaoperação realizada na terça-feira, 28 de outubro de 2025, nos complexos do Alemão e da Penha, evidencia o crescente descompasso entre políticas de segurança defendidas pela esquerda e a percepção da população sobre a criminalidade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, a operação resultou em mortes de integrantes do Comando Vermelho (CV) e prisões de criminosos de alta periculosidade, gerando repercussão nacional e internacional e reforçando o clamor popular por medidas mais enérgicas no combate ao crime organizado.
O Comando Vermelho, que surgiu na década de 1970 como uma facção dentro do presídio da Ilha Grande, misturou presos ideológicos com criminosos comuns. Desde então, o grupo se consolidou como uma das organizações mais violentas do país, financiando suas atividades com tráfico de drogas, roubos e homicídios. Nos últimos anos, o avanço do CV e de outras facções no Rio transformou parte da cidade em um território dominado pelo crime, aumentando a sensação de insegurança entre moradores e policiais.
O governador Cláudio Castro (PL) ressaltou que, apesar da coragem e dedicação das polícias estaduais, as limitações impostas por decisões como a ADPF 635 e a falta de apoio integral das Forças Armadas dificultam o enfrentamento do crime organizado.
“Enquanto a polícia enfrenta homens armados até os dentes, existem regras que acabam protegendo bandidos mais do que cidadãos”, afirmou.
Especialistas em segurança apontam que o abismo entre políticas públicas e a realidade vivida pela população está ampliando. Medidas defendidas por setores da esquerda, que priorizam restrições a operações policiais e soluções baseadas em programas sociais, não acompanham o ritmo de crescimento da criminalidade violenta nas favelas. “Há uma desconexão grave: enquanto autoridades discutem protocolos e limites legais, o CV cresce, espalha o medo e desafia o Estado”, disse um analista em segurança pública.
Para muitos moradores e representantes da sociedade civil, a operação desta terça-feira serve como um alerta sobre a necessidade de ações firmes e coordenadas contra o tráfico. “É preciso garantir que quem ameaça a vida de cidadãos e policiais seja responsabilizado imediatamente.
O povo não entende mais essa defesa de marginais enquanto vidas são perdidas”, afirmou um líder comunitário do Alemão, durante ato na comunidade
O episódio também levanta debates sobre exemplos internacionais de combate ao crime. Alguns apontam El Salvador e a estratégia do presidente Nayib Bukele como modelo, defendendo operações rápidas e rigorosas contra organizações criminosas, adaptadas à realidade do Rio de Janeiro.
Enquanto isso, policiais e autoridades estaduais seguem realizando operações em condições desafiadoras, tentando equilibrar proteção da população, cumprimento da lei e reação à violência crescente. A megaoperação desta terça deixa claro que o combate à criminalidade exige decisões firmes, coordenação entre diferentes órgãos e sensibilidade para compreender a urgência da população, que convive diariamente com o avanço do crime.
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