Lula e Haddad afundam Correios com rombo bilionário histórico

Consumidores, pequenos negócios e e-commerces enfrentam atrasos, aumento de custos e prejuízos com a má gestão da estatal

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

Os Correios, símbolo histórico de integração nacional e uma das empresas públicas mais antigas do país, vivem hoje o que especialistas classificam como a pior crise de sua existência.

Com rombo acumulado de R$ 4,4 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, a estatal enfrenta queda vertiginosa nas receitas, fuga de clientes corporativos e dificuldades operacionais graves que ameaçam sua própria continuidade.

No centro do problema está uma combinação de decisões políticas mal calculadas e fatores econômicos agravados pela gestão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria imposto diretrizes contrárias à realidade do mercado logístico moderno.

De orgulho nacional à beira do colapso

Durante décadas, os Correios foram sinônimo de eficiência e capilaridade, chegando a todos os 5.568 municípios brasileiros. No entanto, sob o atual governo, a estatal se tornou um retrato do descompasso entre política e gestão pública. A nomeação de dirigentes por critérios políticos, o aumento descontrolado de despesas e a falta de planejamento estratégico corroeram o equilíbrio financeiro da instituição.

Em 2023, o presidente Lula nomeou Fabiano Silva dos Santos, advogado ligado ao grupo Prerrogativas — conhecido por defender pautas petistas e criticar a Operação Lava Jato — para presidir a empresa. Sua gestão, fortemente marcada por aparelhamento político e aumento de contratações, foi duramente criticada por técnicos e servidores de carreira.

Santos deixou o cargo em julho de 2024, em meio à pressão por resultados e denúncias de ineficiência, sendo substituído por Emmanoel Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, que assumiu com a missão de conter o rombo.

As medidas econômicas que agravaram a crise

Um dos principais golpes nas receitas da estatal veio com a criação da chamada “taxa das blusinhas”, instituída em agosto de 2024 pelo governo Lula e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A medida, que passou a tributar compras internacionais de baixo valor, tinha o objetivo de elevar a arrecadação federal — mas acabou gerando efeito contrário sobre os Correios, que dependem fortemente do envio e recebimento dessas encomendas.

Um estudo interno da própria estatal revelou que a nova taxa causou perda estimada de R$ 2,16 bilhões em 2024, já que o volume de importações via plataformas como Shein, Shopee e AliExpress caiu mais de 45% em apenas seis meses.

“Foi um erro estratégico gravíssimo”, admitiu um ex-diretor logístico da empresa.

“O governo aumentou a taxação sem calcular o impacto sobre o fluxo de encomendas. O resultado foi imediato: queda na receita, acúmulo de estoques e redução da demanda por transporte postal.”

Além da tributação, outra medida considerada desastrosa foi a decisão de liberar empresas privadas para lidar com remessas internacionais, antes restritas aos Correios. Essa mudança, aprovada pela Receita Federal em 2023, quebrou o monopólio operacional da estatal em um dos poucos setores em que ainda mantinha vantagem competitiva.

Inchaço e aparelhamento

Enquanto o mercado logístico exigia agilidade, digitalização e corte de custos, os Correios seguiram o caminho oposto. A atual gestão, sob influência direta do Planalto, promoveu novos concursos públicos e contratações, contrariando orientações da equipe econômica e dos órgãos de controle interno.

Para o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, a política adotada pelos Correios é “um retrato fiel da velha prática petista de confundir gasto com investimento”.

“O governo chama de investimento aquilo que é despesa de custeio. Em vez de tornar a empresa mais eficiente, ela se torna mais pesada e menos competitiva”, afirmou Loyola.

Com aumento de pessoal e queda na produtividade, o custo operacional da empresa subiu 27% em um ano, ao mesmo tempo em que o faturamento caiu 18%.

O peso das decisões passadas

Os rombos do Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, ainda repercutem fortemente nas finanças da estatal. Criado para garantir aposentadorias e benefícios, o fundo foi alvo de más gestões e operações de risco durante os governos de Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2016. Esses prejuízos históricos ainda consomem parte relevante do orçamento da empresa e dificultam sua recuperação.

Com o acúmulo de dívidas e a falta de crédito no mercado, os Correios tentam negociar um empréstimo de R$ 20 bilhões com bancos públicos — incluindo Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil —, mas enfrentam resistência até mesmo dentro do governo, que teme um novo rombo nas contas públicas.

Impacto direto no consumidor e no comércio eletrônico

Enquanto a crise se agrava, consumidores e empresas de e-commerce sofrem as consequências. Prazos de entrega foram ampliados, reclamações de extravio aumentaram e o custo dos serviços subiu. Grandes marketplaces — como Amazon, Mercado Livre e Shopee — passaram a investir em frotas próprias para reduzir a dependência dos Correios.

De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), a participação dos Correios no setor caiu de 62% em 2022 para 38% em 2025, o menor índice em duas décadas.

“O resultado da má gestão é o enfraquecimento de um patrimônio nacional”, lamenta o analista logístico Eduardo Gouvêa.

“O cidadão comum está pagando mais caro e recebendo um serviço pior, enquanto a estatal se afunda em burocracia e decisões políticas.”

Um futuro incerto

O governo Lula insiste em dizer que não há planos de privatização,mas também não apresenta um projeto sólido de recuperação. A equipe econômica fala em corte de despesas e venda de imóveis ociosos, mas as medidas são tímidas diante da dimensão do rombo.

Sem mudanças estruturais, os Correios podem se tornar dependentes permanentes de recursos do Tesouro, o que significa mais peso sobre o contribuinte e menos eficiência no serviço postal.

“A estatal chegou a um ponto em que é cara demais para vender e ineficiente demais para manter”, resume o economista Gustavo Loyola. “A conta final recai sobre o povo brasileiro.”

Conclusão

A derrocada dos Correios sob o governo Lula expõe o fracasso de um modelo estatal inchado, politizado e avesso a reformas. O que antes era um orgulho nacional se transformou em um símbolo de má gestão pública, vítima da mistura entre ideologia e improviso econômico.

Enquanto o governo tenta justificar os prejuízos como “investimentos sociais”, a realidade mostra uma estatal que perde mercado, acumula dívidas e depende cada vez mais do bolso do contribuinte.

O resultado é um cenário preocupante: uma das maiores empresas públicas do país à beira da falência — e um governo que não assume a responsabilidade pelo desastre que ajudou a criar.

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