Dislexia é mais comum do que se imagina e pode ser identificada ainda na infância

Especialista alerta que dificuldades de leitura e escrita nem sempre indicam preguiça ou falta de atenção — podem ser sintomas de um transtorno de aprendizagem que requer acompanhamento profissional
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

Quando uma criança apresenta leitura lenta, hesitante ou dificuldade para reconhecer letras e sons, é importante não tirar conclusões precipitadas. Esses sinais não devem ser interpretados isoladamente, mas servem de alerta para que os pais busquem a avaliação de um especialista em aprendizagem.

A fonoaudióloga Diana Moreira explica que, em muitos casos, a dislexia pode estar por trás desses comportamentos. Trata-se de uma dificuldade no processamento das informações linguísticas, que afeta diretamente as habilidades de leitura, escrita e compreensão.

Segundo a especialista, a dislexia vai muito além de trocas de letras ou erros ortográficos. “Ela não se resume a ler e escrever mal. O transtorno interfere na forma como o cérebro interpreta sons, símbolos e padrões da linguagem”, afirma Diana.

Quando os primeiros sinais aparecem

A dislexia costuma ser percebida na fase de alfabetização, quando a criança começa a aprender a ler e escrever. No entanto, alguns casos só se tornam evidentes em etapas posteriores, quando as exigências escolares aumentam e a linguagem se torna mais complexa.

Sinais na fala também merecem atenção, especialmente quando a criança troca sons ou cria variações de palavras, como “figorífico” ou “friborítico”. “Essas trocas indicam que o sistema fonológico ainda não está consolidado, o que pode impactar o aprendizado da leitura e da escrita”, explica a fonoaudióloga.

Como os pais podem ajudar

De acordo com Diana, o apoio familiar é essencial. Os pais podem reforçar as palavras de forma silábica, ajudando a criança a articular corretamente os sons. “Mais do que corrigir, é importante escutar com paciência e mostrar como unir as sílabas para formar palavras”, orienta.

Ambientes ricos em estímulos linguísticos também fazem toda a diferença. Livros, revistas, histórias, músicas e conversas fortalecem a memória auditiva e o sistema fonológico, pilares do desenvolvimento da leitura e da escrita.

Sinais de alerta durante a alfabetização

  • Dificuldade em memorizar letras e sons;
  • Leitura muito lenta ou com trocas de palavras;
  • Leitura acelerada, mas sem compreensão;
  • Falta de atenção à pontuação;
  • Escrita confusa ou incoerente;
  • Dificuldade para identificar erros;
  • Entendimento literal das palavras;
  • Dificuldade em compreender o texto lido.

Apesar dos desafios, a especialista lembra que a dislexia não define limitações. “O cérebro do disléxico funciona de forma diferente, e isso pode trazer vantagens criativas”, afirma. Ela cita exemplos inspiradores como Albert Einstein e Steve Jobs, que também eram disléxicos.

Para Diana, o mais importante é reconhecer e agir cedo. “Muitos pais demoram a aceitar o problema e acabam perdendo tempo precioso. A intervenção é essencial — mas prevenir é ainda melhor.

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