Garimpo ilegal destrói áreas protegidas no Pará e causa prejuízo milionário

Operação da PF destrói maquinário avaliado em R$ 3,1 milhões e expõe danos graves a rios, florestas e comunidades indígenas

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A Polícia Federal desencadeou nesta semana uma ampla operação para desarticular redes de garimpo ilegal nas regiões de Altamira e Rurópolis, no sudoeste do Pará — uma das áreas mais pressionadas pela extração mineral clandestina na Amazônia. A ação foi acompanhada por equipes especializadas em fiscalização ambiental e contou com o apoio de órgãos federais ligados à preservação das florestas e à proteção dos povos indígenas.

Durante as investigações, os agentes identificaram diversos pontos de extração irregular de ouro e cassiterita, incluindo áreas localizadas dentro das Florestas Nacionais e das Terras Indígenas Kuruaya e Trincheira-Bacajá, zonas de uso restrito e de proteção integral da biodiversidade amazônica.

No cumprimento das ordens judiciais, foram realizadas buscas e apreensões em locais utilizados para a operação dos garimpos. Diante da impossibilidade de remoção dos equipamentos, a PF inutilizou 20 motores de drenagem, 2 esteiras, 3 tratores pá-carregadeira, uma motocicleta e uma balsa de extração mineral, somando prejuízo superior a R$ 3,1 milhões aos responsáveis.

Segundo a Polícia Federal, o avanço do garimpo ilegal na região tem provocado impactos ambientais severos, entre eles desmatamento acelerado, contaminação de rios por mercúrio e ameaças diretas às comunidades indígenas e ribeirinhas que dependem da floresta.

A operação também cumpre determinações da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 709, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que obriga o Estado brasileiro a adotar medidas efetivas contra a mineração irregular em Terras Indígenas.

Com sede em Altamira, a Delegacia da Polícia Federal na região é considerada referência no combate a crimes ambientais e atua sob a coordenação da Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente (DAMAZ). O órgão mantém ações permanentes de vigilância e repressão contra atividades que ameaçam a integridade da floresta.

A ofensiva ocorre poucos dias antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada em Belém, e reforça o comprometimento do Brasil com a pauta ambiental no cenário internacional.

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