
Prisioneiros que estavam detidos desde o início da guerra em Gaza chegam à Cisjordânia, Jerusalém e Faixa de Gaza, recebidos com comoção por familiares e população
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Israel anunciou na segunda-feira (13) a libertação de 1.968 palestinos que estavam detidos desde o início da guerra em Gaza, como parte do acordo de cessar-fogo com o grupo Hamas. De acordo com o governo de Binyamin Netanyahu, os prisioneiros foram transferidos para a Cisjordânia, Jerusalém e a Faixa de Gaza.
Vários ônibus transportando os libertados chegaram à cidade de Ramallah, onde multidões se reuniram para recebê-los. Muitas pessoas entoavam “Allahu akbar” em celebração, e a emoção tomou conta dos familiares.
“É um sentimento indescritível, como renascer”, disse Mahdi Ramadan, libertado após anos na prisão, ao lado dos pais, com quem passaria a primeira noite fora da detenção. Alguns prisioneiros precisaram de auxílio para caminhar, enquanto outros desmaiaram ao rever seus entes queridos.
Em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, a palestina Um Ahmed comentou sobre a mistura de sentimentos da população: “Estou feliz pelos nossos filhos que estão livres, mas sofro por todos aqueles mortos pela ocupação e pela destruição que aconteceu em Gaza”.
Dentro dos ônibus, libertados acenavam pelas janelas, exibindo o sinal de “V” da vitória. Todos passaram por exames médicos antes de seguirem para suas casas. No hospital local, membros do braço armado do Hamas recepcionaram os prisioneiros com cerimônia, música nacionalista e discursos.
Entre os libertados, havia casos como o do médico Samer Halabeya, preso por suposto planejamento de ataque a um militar israelense. Ele afirmou ter sido informado sobre sua libertação apenas dias antes e esperava que todos os demais prisioneiros fossem liberados em breve. Segundo a ONG B’tselem, o governo israelense detinha quase 10 mil palestinos por “razões de segurança” em dezembro de 2024.
Mohammed al-Khatib, preso por 20 anos após matar três israelenses, disse à Reuters que mal podia acreditar que logo estaria com sua família em Belém, na Cisjordânia. “Sempre tivemos esperança, e é por isso que persistimos e somos determinados”, afirmou.
O acordo não incluiu altos comandantes do Hamas nem líderes de outras facções, gerando críticas de familiares sobre a insuficiência da medida. Pelo menos 154 prisioneiros também foram deportados para o Egito. Tala Al-Barghouti, filha de Abdallah Al-Barghouti, condenado a 67 prisões perpétuas por ataques suicidas, afirmou que o acordo trouxe “dor profunda e perguntas que não terão fim”.
Paralelamente, o Hamas liberou 20 reféns israelenses vivos mantidos em cativeiro desde outubro de 2023, além de devolver quatro dos 28 mortos durante o conflito, incluindo restos mortais de um soldado israelense morto em 2014.
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